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Governo Trump deixa como herança uma base radical, judiciário conservador e democracia fragilizada

Ricardo Antunes Por Ricardo Antunes
20/01/2021 - 12:46
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Por Paola de Orte, no Globo — Desde os tempos em que Donald Trump apresentava o programa O Aprendiz, ficou clara sua ojeriza à palavra “perdedor”. Eleito em 2016 como um outsider da política, o republicano resistiu a aceitar o rótulo até o último dia de mandato, e deixou a Casa Branca pela última vez nesta quarta sem jamais reconhecer explicitamente a vitória eleitoral de Joe Biden, que o superou em votos populares e no Colégio Eleitoral.

 

Isolado nos últimos dias na residência oficial, bloqueado no Twitter e outras redes sociais por incitação à violência depois de insuflar seus apoiadores a invadirem o Congresso, repudiado por doadores e pelos aliados de mais alta posição no Congresso e com a popularidade em seu nível mais baixo (34%), Trump lega no entanto uma base radicalizada, um Judiciário dominado por conservadores e uma mancha no sistema democrático dos Estados Unidos.

Trump e a primeira-dama deixam a Casa Branca pela última vez | Foto: Mandel Ngan

— Seu principal legado será a Grande Mentira: que ele ganhou a eleição — disse ao GLOBO o historiador Timothy Snyder, professor da Universidade de Yale. — A questão crucial para a democracia americana é se nós conseguiremos aprender a viver junto com a verdade.

Negacionista da pandemia do coronavírus, que transformou em uma batalha geopolítica contra o “vírus chinês”, Trump deixa também uma economia em recuperação lenta e uma crise sanitária que até agora resultou em 400 mil mortos nos EUA.

— Ele será conhecido como o presidente que falhou na questão da pandemia, dividiu as alianças ocidentais e viu sua fortuna política crescer e cair com a economia global — disse o cientista político David Schultz, da Universidade Hamline. — Trump será visto como a pessoa que ajudou a plantar as sementes da dúvida em relação aos governos democráticos em um momento em que a democracia estava sob ataque por todo o mundo.

Ao assumir o governo em 20 de janeiro de 2017 — depois de derrotar Hillary Clinton no Colégio Eleitoral, mas não no voto popular —Trump pegou a economia americana decolando em um período de recuperação pós-crise de 2008 iniciada na era Obama. No início de 2020, o desemprego chegou ao patamar mais baixo em 50 anos, 3,5%, enquanto a bolsa de valores batia recordes.

Pandemia de coronavírus evidenciaram fraquezas do modelo de saúde dos EUA | Foto: Jeenah Moon

Pandemia de Covid-19

A pandemia do coronavírus atingiu o país em cheio. O desemprego chegou a 14,7%, o maior da história desde a Grande Depressão dos anos 1930. Hoje, último dia de seu mandato, está em 6,7%, mas a retomada tem patinado. A chamada “recuperação em V” não veio.

Foi no Judiciário que Trump cumpriu com mais efetividade uma de suas principais promessas de campanha. Com apoio do diligente Mitch McConnell, líder da maioria republicana no Senado — o mesmo que agora o repudiou —, ele foi o presidente que mais nomeou juízes para os tribunais federais e a Suprema Corte desde o democrata Jimmy Carter, nos anos 1970 (que assumiu em meio a uma reforma que ampliou o Judiciário federal).

Esses juízes de perfil conservador, que agora ocupam seis das nove cadeiras do tribunal máximo do país, têm em suas mãos o poder de levar adiante suas pautas mesmo depois que ele deixar o poder.

Em temas ambientais, Trump conseguiu cumprir a promessa de desfazer uma série de legislações da era Obama. Retirou os EUA do Acordo de Paris, autorizou a construção de oleodutos em áreas indígenas e reviu uma série de regulamentações que tinham como objetivo diminuir a emissão de gases de efeito estufa, entre elas a que obrigava os carros a serem mais eficientes.

Donald Trump encontra o presidente chinês, Xi Jinping durante conferência em Tóquio, no Japão.

Na política externa, sob o lema “Estados Unidos primeiro”, Trump tirou o foco do terrorismo e colocou na China, com quem travou uma guerra comercial sem grandes resultados concretos — empregos industriais não voltaram, as exportações de produtos agrícolas não aumentaram no ritmo esperado e o deficit comercial cresceu. No entanto, a alienação dos aliados europeus e a recusa ao multilateralismo — incluindo na busca de soluções coletivas para a pandemia — abalaram o prestígio dos EUA no mundo. O país perdeu parte de seu “poder brando” e ficou associado à liderança informal do movimento nacional-populista da direita global.

lomacia, ele promoveu e remodelação da política para o Oriente Médio, ignorando a causa da independência palestina e ajudando a construir alianças entre Israel e as monarquias sunitas do Golfo Pérsico, numa frente anti-Irã. Já a complexa relação de Trump com o líder norte-coreano Kim Jong-um elevou o status do ditador sem garantir aos Estados Unidos que a Coreia do Norte não continuasse o desenvolvimento de seu programa nuclear militar.

— O presidente mudou a política externa americana se afastando de instituições multilaterais e alianças que eram parte central dessa política por 70 anos — disse em outubro ao GLOBO o professor de Harvard Joseph Nye, criador do conceito de “poder brando”. — Sua política de EUA primeiro e sua definição restrita e transacional do interesse nacional prejudicaram o poder brando americano. Mas acho que os EUA têm a capacidade de recuperá-lo.

Trump declarou emergência nacional este ano para driblar o Congresso e obter verbas para seu projeto de muro | Foto: Jose Luis Gonzalez

O muro

Uma de suas principais promessas, a construção do muro na fronteira sul do país, foi cumprida apenas em parte, com 600 quilômetros completados, mas não pagos pelo México — um dos principais pontos que Trump usava para animar sua plateia durante os comícios de 2016.

Ele tampouco conseguiu acabar com o Daca, o programa do governo Obama que permite a permanência nos EUA de jovens imigrantes trazidos aos país quando crianças pelos pais. Porém, implementou uma dura política de separação das famílias nas fronteiras e reduziu a concessão de refúgios, freando o crescimento da imigração para o país.

A invasão do Capitólio em 6 de janeiro para impedir a homologação da vitória de Joe Biden pelo Congresso — capitaneada por milícias e grupos extremistas de direita como os Proud Boys e os Oath Keepers, além de adeptos da teoria da conspiração QAnon — fez a popularidade do presidente cair cinco pontos, de acordo com pesquisa da Gallup, para 34%. A média de aprovação ao longo de todo o seu governo foi de 41%, quatro pontos abaixo de qualquer outro presidente na História.

Manifestantes a favor de Trump cercam congresso americano.

Ainda assim, de acordo com o instituto de pesquisas Pew, 57% dos republicanos acreditam que o presidente deveria continuar sendo uma figura política importante, sinal de que a polarização no país continua forte mesmo após a eleição de Joe Biden, candidato que trouxe a união nacional como um dos pilares de sua plataforma.

O futuro político de Trump, que em vídeo de despedida afirmou que seu movimento “está só começando”, vai depender da conclusão do processo de impeachment. Se for condenado pelo Senado — para que o serão necessários 17 votos de republicanos —, ele pode perder seus direitos políticos.

O republicano também corre o risco de enfrentar processos criminais decorrentes de negócios de sua empresa, a Organização Trump, e de ações no governo, como a acusação de ter obstruído a Justiça durante a investigação da interferência russa na eleição de 2016.

________________________________

*Paola de Orte é jornalista, correspondente do Globo em Washington, onde cobre a transição de poder e a pandemia do coronavírus nos EUA 

Tags: DemocraciaDonald TrumpEUAextremismoInternacionalJoe Biden
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Ricardo Antunes

Ricardo Antunes

Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós-graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelos principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.

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