Da Redação do Blog – O episódio ocorrido no último fim de semana em Trizidela do Vale (MA), envolvendo o prefeito João Vitor Xavier, do município de Igarapé Grande, e o policial militar Geidson Thiago dos Santos, ganha contornos mais complexos à medida que detalhes do histórico da do militar vêm à tona. Embora o caso esteja sob investigação, a defesa do prefeito sustenta a versão de legítima defesa — tese que ganha força diante da extensa ficha de ocorrências atribuídas ao PM morto.
João Vitor, que se apresentou voluntariamente à Delegacia Regional de Presidente Dutra nesta segunda-feira (8), prestou depoimento e foi liberado. Em nota, seus advogados reforçam que o prefeito reagiu para preservar a própria vida e a de pessoas ao seu redor. O caso ocorreu durante uma vaquejada, evento tradicional da região, após um desentendimento ainda sob apuração.
Enquanto a repercussão do caso se espalha, os antecedentes de Geidson dos Santos lançam uma nova luz sobre os acontecimentos. De acordo com documentos oficiais, o policial acumulava uma série de episódios de violência e comportamento incompatível com o cargo público que exercia. Em 2019, foi denunciado por ameaçar verbalmente um homem em público, chegando a empurrá-lo e intimidá-lo na frente da filha da vítima. Em 2020, foi preso em flagrante por dirigir embriagado durante o carnaval. Dois anos depois, em 2022, agrediu fisicamente outra pessoa com socos, em mais uma cena de violência registrada em local público.
Além disso, Geidson chegou a disparar arma de fogo em via pública enquanto consumia bebida alcoólica, utilizando inclusive a arma de outro policial, conforme consta em processo homologado com Acordo de Não Persecução Penal. Ainda que muitos desses casos tenham sido extintos por motivos processuais, como ausência da vítima nas audiências, o padrão de comportamento violento é evidente e preocupante.
A reincidência dessas práticas levanta questionamentos sobre a conduta do policial e dá suporte à narrativa apresentada por João Vitor. Para interlocutores próximos, o prefeito tem se mostrado abalado com o ocorrido, mas confiante de que a verdade prevalecerá. Em paralelo, solicitou afastamento temporário da função pública, respeitando os trâmites legais e mantendo a estabilidade institucional do município.
A trajetória pregressa de Geidson, marcada por episódios de agressão, ameaças e uso indevido de arma de fogo, aponta para um histórico de instabilidade que não pode ser ignorado nas investigações. “A imagem de um policial vítima pode comover num primeiro momento, mas é preciso olhar para os fatos com objetividade e responsabilidade. Estamos lidando com alguém que já colocava a integridade de terceiros em risco reiteradamente”, afirma um dos advogados de defesa.
O caso segue em apuração pelas autoridades competentes, mas os elementos disponíveis até o momento indicam que a tragédia poderia ter sido evitada — e que a reação do prefeito talvez tenha sido, infelizmente, a única saída possível diante de mais um episódio de violência protagonizado por Geidson dos Santos.









