Do G1 — “Era um sonho, a gente vinha programando essa saída há um tempo, desde que saiu a programação. A gente tinha ido para lá para passar um fim de semana e acontece isso com quem está ali para me proteger.” A declaração é do trabalhador autônomo Murilo Teixeira, de 32 anos, que denunciou ter sido agredido por policiais militares no Pátio do Forró, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, durante shows de São João. Ele e o primo, o supervisor de logística Felipe Barbosa, de 30 anos, disseram ter sido intimidados pelos agentes de segurança.
Imagens enviadas para o WhatsApp da TV Globo mostram Murilo com o rosto sangrando e relatando que apanhou de policiais militares, e Felipe sendo agredido e intimidado pela polícia.
Veja o vídeo:
https://youtu.be/PrP-SNCw52Q
O caso, que é investigado pela Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS), ocorreu na madrugada do sábado (18), ao fim do show do cantor pernambucano João Gomes.
Segundo Murilo, depois do show, os primos foram ao banheiro e, no caminho, sentaram num praticável da PM, quando uma tenente identificada apenas como Mayara teria chegado ao local e abordado os dois.
“Chega a tenente, já num tom bem descontrolado, mandando a gente sair. Chamou a atenção dos policiais da patrulha, viram o tom dela e vieram. À medida que eles vinham, já começaram as agressões. Até que, num momento, o sargento veio em minha direção e me deu o primeiro golpe forte, foi com o cassetete. Me deu uma cacetada na cabeça”, disse.
Com a pancada, Murilo levou um corte na cabeça e ficou bastante ensanguentado. Ele precisou levar pontos, e exames médicos indicaram um traumatismo cranioencefálico leve.
Um dos vídeos mostram Felipe cercado por PMs e sendo empurrado e xingado por um policial. Segundo o supervisor de logística, ele, o primo e as esposas dos dois estavam naquele local exatamente por pensarem que estariam seguros, por ser perto de um posto policial.
“Essa tenente, Mayara, já chegou com um tom superagressivo, mandando a gente se levantar, e automaticamente a gente se levantou, só que a gente tentou só justificar o motivo que a gente estava ali, porque a gente estava apertado, e ela começou a gritar. […] O policial veio de trás, ele chegou perto de Murilo e a primeira coisa que ele fez foi dar uma cacetada na cabeça dele”, disse Felipe.