EXCLUSIVO, Por Ricardo Antunes – Os ladrões que furtaram, domingo passado, o apartamento de uma promotora de Justiça no Edifício Rodin, na Rua Setúbal, em Boa Viagem, na zona sul, vão ser perseguidos incansavelmente: o apartamento violado pertence à promotora Eliane Gaia, do Ministério Público de Pernambuco, respeitada por condenações criminais duras em processos famosos na mídia.
Nascida em Inajá, no sertão, Eliane Gaia protagonizou um bate-boca que se tornou célebre com a juíza Fernanda Moura de Carvalho, então titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri, em 2022, no julgamento da chamada Tragédia da Tamarineira, na qual João Victor Ribeiro de Oliveira, bêbado ao volante, matou em 2017 três pessoas e feriu outras três. Apesar da discussão entre a juíza e a promotora, o réu foi condenado a 21 anos de prisão.
A polícia civil, que investiga o furto, ocorrido de tarde, na ausência da promotora, mantém rigoroso sigilo sobre as investigações, conduzidas pela Delegacia de Boa Viagem. O blog apurou, contudo, que pode haver uma “cortina de fumaça” nas joias e outros objetos levados e que a verdadeira finalidade dos ladrões poderia ser a pasta de documentos surrupiada no apartamento. “O que interessaria aos ladrões uma pasta de documentos? ”, indaga uma fonte policial.

Há uma certeza, porém: os autores do furto não terão vida fácil. Entre outros feitos, a promotora Eliane Gaia obteve a condenação, no Fórum de Olinda, em 2014, do chamado na mídia, na ocasião, Trio de Canibais de Garanhuns, que matou e ocultou o cadáver da adolescente Jéssica Camila Pereira da Silva, em 2008. Jorge Negromonte foi sentenciado a 27 anos de prisão e suas comparsas no assassinato, Isabel Cristina e Bruna Cristina, foram condenadas a 21 anos, cada uma.
No caso da invasão do apartamento de Eliane Gaia, o crime é de furto, previsto no artigo 155 do Código Penal, cuja pena máxima é de quatro anos de reclusão. Alguém tem dúvida, em se tratando da vítima, que, se presos, os autores não serão condenados à pena máxima?









