Do G1 — A empresária Ana Victória Cavalcanti, de 29 anos, foi assassinada no apartamento onde morava, no Recife, com um objeto perfurocortante e depois teve o corpo queimado em um incêndio provocado (veja vídeo acima). As informações estão no laudo feito pelos peritos que investigam o caso e foram divulgadas nesta quinta-feira (12), dia em que o corpo dela foi liberado do Instituto de Medicina Legal (IML).
O caso é investigado pela polícia como homicídio, mas os parentes de Ana Victória acreditam que ela foi morta pelo namorado, o representante comercial Murilo Gomes, de 33 anos, o que caracterizaria crime de feminicídio.
Ele morreu após inalar fumaça em um dos quartos do apartamento e tinha lesões superficiais de arma branca. A mulher foi encontrada na sala do imóvel.
No atestado de óbito, os peritos apontaram que Ana Victória morreu de choque hemorrágico após ser vítima de ferimentos de cortes. O documento mostrou, ainda, que as lesões foram nos lados direito e esquerdo do tórax dela. Isso significa que a mulher já estava morta antes de ter o corpo queimado.

Após as lesões, o corpo foi incendiado “até o estado de carbonização”. A descrição sumária do caso foi classificada como “homicídio seguido de incêndio doméstico provocado”.
O corpo de Ana Victória foi liberado do IML, no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife, por volta das 9h desta quinta. Em seguida, teve início o velório, na capela do Cemitério de Santo Amaro, onde também ocorre o sepultamento, à tarde.
No local, a mãe de Ana Victória, Maria das Graças da Silva, afirmou que, na última conversa que teve com a filha, horas antes do crime, a empresária disse que passaria um tempo junto com a família.
“Foi um feminicídio cruel e brutal. Eu falei com ela na sexta-feira, às 21h22. Ela falou que, no dia seguinte, ela ia de mala ficar na minha casa algum tempo, porque ela estava se separando dessa pessoa, ia deixar ele ficar no apartamento, já que ele não tinha onde morar, e ia ficar na minha casa. Essa foi a nossa última conversa”, afirmou.
Na quarta-feira (11), o corpo da mulher foi legalmente identificado, por meio de um exame de DNA, necessário devido ao estado em que ficaram os restos mortais queimados pelo fogo.

Parentes e amigos de Vick, como a empresária era conhecida, vestiram camisas pretas no IML, além de fazer uma camisa com uma foto da jovem e a frase que foi a última postagem da vítima nas redes sociais: “A única coisa que a gente leva dessa vida é o amor que a gente dá e recebe. Todo o resto é passageiro”.
Ana Victória era formada em direito, tinha empresa e deixou uma filho de 5 anos. De acordo com a polícia, a empresária e Murilo começaram um relacionamento em setembro de 2020. Ainda segundo feitos por parente aos policiais, o casal terminou o relacionamento em junho deste ano e, desde então, eles ficavam juntos apenas por alguns períodos.
A 3ª Delegacia de Homicídios investiga o caso. A polícia aguarda o resultado de exames que vão apontar se algum dos dois estava sob efeito de alguma substância.







