Por Ricardo Antunes — O recém empossado presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o baiano Ricardo Alban, vai a Dubai participar da 28ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP28), a partir de quinta-feira, com pesquisa da entidade debaixo do braço revelando que nove em cada dez empresas industriais brasileiras (89%) adotam medidas para reduzir a geração de resíduos sólidos. Nada menos do que 86% delas têm ações para otimizar o consumo de energia, enquanto 83% executam iniciativas para racionalizar o uso da água.
Os três itens estão no topo de uma lista de nove ações apontadas no levantamento, realizado pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem, da FSB Holding, entre os dias 3 e 20 últimos, ouvindo 1.004 executivos de indústrias de pequeno, médio e grande portes em todos os estados.
Do total de indústrias pesquisadas, 36% adotam de cinco a seis ações e 22% de sete a oito medidas. Apenas 3% das empresas do setor não desenvolvem nenhuma providência relacionada à sustentabilidade.
“A indústria brasileira já é parte da solução quando o assunto é sustentabilidade e adaptação às mudanças climáticas. Nós já fizemos, há muito tempo, o que muitos setores industriais de outros países estão correndo para fazer agora”, pontua Alban.
DEVER DE CASA FEITO
Segundo ele, a indústria brasileira, principalmente aquela intensiva em uso de energia, como a do cimento, já fez o dever de casa da sustentabilidade ambiental. O presidente da CNI assegura que as emissões de gases de efeito estufa dos fabricantes de cimento instalados no país são 10% menores do que a média mundial, enquanto no setor do alumínio cerca de 60% de todo o material consumido no país é reciclado.

MODERNIZAÇÃO DE MÁQUINAS
Quando perguntados sobre as ações prioritárias para que a indústria contribua com a descarbonização do país, os empresários listaram a modernização de máquinas (27%), o uso de fontes de energias renováveis (23%) e investimento em tecnologias de baixo carbono (19%). Outras medidas citadas foram investimento em inovação (14%) e acesso a financiamento (10%).
PRIORIDADES
Informa ainda a pesquisa que, para executar as ações sustentáveis, o principal foco de investimento dos empresários industriais, nos próximos dois anos, é o uso de fontes renováveis de energia, citado por 42% dos entrevistados, seguido por modernização de máquinas (36%) e medidas para otimizar o consumo de energia, indicado como prioridade para 32% deles.
ENERGIA SOLAR
A energia solar é a fonte renovável que desperta o maior interesse entre os empresários industriais. Na amostra geral, 75% dos entrevistados disseram ter muito ou algum interesse em adotar esse tipo de fonte energética. Em segundo lugar, aparece o hidrogênio verde ou de baixo carbono, com 19% e, em terceiro, a energia eólica, com 13%.

EM EXECUÇÃO
A pesquisa revela, também, que 53% das indústrias já têm projetos ou ação voltados para o uso de fontes renováveis de energia. A fonte solar é a que concentra o foco dessas iniciativas, que responde por 91% delas. Biomassa (5%), eólica (3%) e hidrogênio de baixo carbono (1%) respondem pelas demais fontes sendo estudadas pelas empresas.
BEIJA MÃO?
É difícil imaginar o impetuoso, loquaz e belicoso Flávio Dino fazendo, no Senado, o obrigatório beija-mão que todo candidato a ministro do STF é obrigado a fazer para assegurar os votos da sua indicação. Quem já presenciou estas audiências sabe que o candidato tem de se mostrar suave e humilde, definitivamente duas qualidades que o ex-ministro da Justiça não tem. Será interessante vê-lo especialmente nos gabinetes dos senadores de oposição, que têm em Dino a figura mais odiada do governo do PT.

NA UFPE
O mestrado em Direito do também ex-deputado federal e ex-governador do Maranhão Flávio Dino foi obtido na Universidade Federal de Pernambuco entre 1999 e 2001, com a tese Autogoverno e Controle do Judiciário no Brasil: A Proposta de Criação do Conselho Nacional de Justiça. Seu orientador foi o professor da UNICAP (Universidade Católica de Pernambuco) Raimundo Juliano Rego Feitosa, especialista em direito tributário, com pós-doutorado em Direito em universidades espanholas.
AGROTÓXICO FACILITADO
Entre os cinco projetos de lei a serem votados nesta terça-feira pelo plenário do Senado está o que facilita a liberação de agrotóxicos. O PL 1.1459/2022, apresentado em 1999 no Senado pelo então senador Blairo Maggi, que já foi o maior produtor de soja do mundo e ministro da Agricultura, regulamenta a pesquisa, experimentação, produção, comercialização, importação e exportação, embalagens e destinação final e fiscalização desses produtos. O projeto concentra a liberação de agrotóxicos no Ministério da Agricultura.
ESQUECIMENTO RÁPIDO
Como antecipou a coluna no último dia 20, campanha é campanha, governo é governo. A coluna disse que os xingamentos de Javier Milei a Lula na campanha eleitoral, como o de que era corrupto, seriam esquecidos, porque o Brasil é o principal mercado das exportações argentinas e a Argentina é o quarto maior mercado das vendas do Brasil. O esquecimento foi rápido – menos de uma semana. Como postou hoje o blog, Milei mandou sua futura ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, a Brasília, neste fim de semana, com uma carta amável sobre as relações bilaterais e convidando para a posse o “corrupto” presidente brasileiro.
PROJETO
A governadora Raquel Lyra apresentou os detalhes do novo Plano de Segurança do Estado de Pernambuco, o Juntos pela Segurança, que tem o objetivo de buscar a paz, prevenir a violência e combater a desigualdade em todo o Estado.

INVESTIMENTO
A iniciativa foi construída a partir de ampla escuta e participação popular, conta com aporte de R$ 1 bilhão em recursos garantidos e entre as suas metas estão a redução dos homicídios em Pernambuco, dos crimes contra o patrimônio e das ocorrências de violência contra a mulher em 30% até 2026.
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