Do G1 — Dezenove funcionários do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) pediram exoneração nesta segunda-feira (8), a menos de duas semanas da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova será realizada nos dias 21 e 28 de novembro.
Inicialmente, haviam sido divulgados 13 nomes. No entanto, outros seis pediram exoneração em seguida.
Procurado pela reportagem, o Inep ainda não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.
Em nota, a Associação dos Servidores do Inep (Assinep) lamentou “profundamente” a situação de o instituto ter “chegado a esse ponto”. Afirmou ainda que os demais servidores que continuam no Inep vão seguir trabalhando para que as demandas do órgão sejam cumpridas, mas cobrou uma “atuação urgente” do Ministério da Educação (MEC) e do governo federal para resolver a questão.
A demissão em massa acontece dias após o pedido de exoneração de dois coordenadores ligados à realização do exame. Em setembro, o então diretor de tecnologia responsável pela versão digital do exame também já havia pedido para sair.
Pediram demissão nesta segunda-feira:
- Marcela Guimarães Côrtes, coordenador-geral;
- Natalia Fernandes Camargo, coordenadora-geral substituta;
- Nathalia Bueno Póvoa, coordenadora-geral-substituta;
- Vanderlei dos Reis Silva, coordenador;
- Gizane Pereira da Silva, coordenadora-substituta;
- Hélida Maria Alves Campos Feitosa, servidora pública federal;
- Samuel Silva Souza, servidor público federal;
- Camilla Leite Carnevale Freire, servidora pública federal;
- Douglas Estevão Morais de Souza, coordenador-substituto;
- Patricia da Silva Onório Pereira, coordenadora;
- Denys Cristiano de Oliveira Machado, coordenador;
- Alani Coelho de Souza Miguel, coordenadora-substituta;
- Leonardo Ferreira da Silva, coordenador-substituto;
- Francisco Edilson de Carvalho Silva, coordenador-geral;
- Silvana Maria Lacerda Gonçalves, servidora pública federal;
- Andréia Santos Gonçalves, coordenadora-geral;
- Victor Rezende Teles, substituto;
- Helciclever Barros da Silva Sales, coordenador;
- Helio Pereira Feitosa, coordenador.

Críticas ao planejamento do Enem
Na assembleia da semana passada, servidores do Inep disseram ver risco à aplicação da prova do Enem 2021 pelo que classificam de “falta de comando técnico”.
Em um ato realizado em frente ao prédio do instituto, em Brasília, um grupo de funcionários afirmou que a atual gestão promove um “clima de insegurança e medo”.
De acordo com os relatos dos servidores, a aplicação das provas do Enem está sendo elaborada sem a atuação das Equipes de Incidentes e Resposta (ETIR), por decisão “arbitrária e unilateral” de pessoas com cargos de chefia, ligadas à presidência do instituto.
O grupo que fez o protesto conta que os técnicos do Inep não têm sido ouvidos. A associação que representa os servidores disse que iria enviar um relatório com as denúncias sobre os problemas para parlamentares federais.
Outras demissões
Em setembro, o então diretor de tecnologia responsável pela versão digital do exame, Daniel Miranda Pontes Rogério, pediu exoneração de seu cargo. De acordo com o Inep, a decisão partiu de Rogério, que alegou “motivos pessoais” para a demissão.
Mais recentemente, na sexta-feira (6), foi a vez de Eduardo Carvalho e Hélio Junio Rocha Morais, que ocupavam os cargos de coordenador-geral de exames para certificação e coordenador-geral de logística da aplicação, respetivamente, pedirem demissão. Procurados pelo g1, Carvalho não respondeu às tentativas de contato e Morais preferiu não comentar suas motivações.