Da Redação do Blog – A autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes para a prisão, nesta terça-feira (19), de quatro militares e de um policial federal por tentativa de golpe de estado revela que o então presidente Jair Bolsonaro participou, em 2022, da redação do decreto do golpe, reduzindo seu teor.
“O que ele fez hoje de manhã? Ele enxugou o decreto né? Aqueles ‘considerandos’ que o senhor viu e enxugou o decreto, fez um decreto muito mais, é, resumido, né?”, relata mensagem do coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do presidente, referindo-se a Bolsonaro. A mensagem foi dirigida ao comandante do Exército, Freire Gomes, que se recusou a participar do golpe.
As aspas estão reproduzidas na investigação da Polícia Federal na qual se baseou Moraes, em decisão de 74 páginas, para autorizar a prisão dos militares e do policial federal e a expedição de mandados de busca e apreensão.
“Conforme descrito, o decreto elaborado pelo então presidente Jair Bolsonaro, juntamente com outros integrantes da organização criminosa para subverter o Estado de Direito, determinaria a decretação de Estado de Defesa no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral, além da prisão do Ministro Alexandre de Moraes”, descreve o inquérito da PF citado pelo próprio Moraes.
Foram presos nesta terça-feira o general da reserva Mario Fernandes, os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo e o policial federal Wladimir Matos Soares.









