Por Fabio Serapião, da Crusoé — Alvo de busca e apreensão da Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro no esquema da Saúde do Rio de Janeiro, a empresa Fênixx Segurança e Transporte de Valores recebeu ao menos 35 milhões de reais nos dois primeiros anos do governo de Jair Bolsonaro. Os valores estão relacionados a contratos de vigilância em prédios públicos e foram assinados tanto pela atual gestão como por governos anteriores.
A empresa aparece na Operação Tris In Idem, que resultou no afastamento de Wilson Witzel do governo do Rio, como sendo ligada ao operador financeiro do Pastor Everaldo (foto), o empresário Victor Hugo Barroso. Ele seria o responsável pela contabilidade paralela do grupo liderado pelo pastor, além de atuar para cooptar agentes públicos e privados para os esquemas no governo fluminense.
Na gestão de Bolsonaro, de acordo com o portal da Transparência, a empresa assinou ao menos oito contratos, entre 2019 e 2020, com os Ministérios da Saúde, da Educação, da Cultura e do Meio Ambiente. Três deles, no valor de 13,6 milhões de reais, foram assinados com dispensa de licitação.
Embora tenha celebrado contratos de 2019 para cá, a Fênixx iniciou sua relação com o governo federal nas gestões petistas, quando o PSC, partido presidido por Pastor Everaldo, passou a integrar a base governista.
Acusado de ser operador de Everaldo, o dono da Fênixx, segundo documentos obtidos na investigação no Rio, também tem negócios no Uruguai, onde mantém relação com três empresas offshore em nome de familiares.


