Leonardo Rodrigues, do Splash — Há exatos 50 anos, a música viveu um de seus mais dolorosos lutos. A lenda Janis Joplin, força da natureza, rainha do rock, morria no auge, aos 27 anos, vítima de uma overdose. Se você não tem a mínima ideia de quem seja, faça um favor a si mesmo e busque esse conhecimento. Janis era fantástica.
E atualmente está fácil. Você pode mergulhar na vida dela lendo a ótima biografia “Joplin – Sua Vida, Sua Música”, escrita pela jornalista Holly George Warren, que acaba de ser lançada no Brasil pela editora Seoman.
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Poucos livros foram tão a fundo no psicológico e em “causos” da estrela, que por sinal incluem o Brasil. Pra quem não sabe, a Janis passou um longo verão no país no primeiro semestre de 1970, quando ela ficou off para se tratar do vício em heroína.


Mas por que o Brasil?
Janis queria se afastar das drogas, desilusões e pressão pelo sucesso. E para isso nada melhor do que visitar o cenário de “Orfeu Negro” (1959), filme que retrata o Carnaval carioca sob perspectiva da favela. Janis amou tanto o longa que quis conhecer aquilo de perto.
E o que ela fez?
Deixou todo seu suprimento de drogas em Los Angeles e pegou avião acompanhada de sua figurinista pessoal, Linda Gravenites. No Rio, onde não conhecia nenhum traficante, curtiu a praia, fez topless e foi aos desfiles das escolas de samba, na época na avenida Presidente Vargas.

Festival barrado
Depois de se esbaldar na folia, ela se empolgou e preferiu continuar no Brasil para organizar um show gratuito no Rio, chamado “Unending Carnival, Get it On”. Mas, segundo a biografia, o evento foi barrado pelas autoridades militares da época. Era 1970 e vivíamos anos de chumbo.

Acidente
Janis também arranjou um amor de verão no Brasil, o americano aventureiro David Niehaus, que conheceu na praia de Ipanema. Incentivada por ele, topou fazer uma “road trip” de moto, rumo a Bahia, que durou cinco dias. Mas o que poucos sabiam: no meio do caminho, sofreram um grave acidente.

Eles bateram em uma divisória de concreto no meio da estrada e perderam o controle, sendo ambos arremessados da moto. Janis ficou inconsciente e sofreu uma concussão. Niehals parou um carro e levou-a para o hospital, onde foi medicada e liberada.
Holly George-Warren em “Sua Vida, Sua Música”
Ela ficou com o Serguei?
Janis Japlin conheceu várias pessoas nas semanas que ficou no Brasil. Mas o famoso affair que ele supostamente teve com o cantor Serguei (1933-2019) não está no livro. Mas, segundo a autora, é provável, sim, que eles tenham “ficado”.

O que a viagem deixou pra ela?
Janis se sentiu muito bem no Brasil. Usando remédios prescritos para aliviar a dor da abstinência, ela escreveu à escritora Myra Friedman dizendo que havia encontrado seu verdadeiro verdadeiro “eu beatnik”, sem pensar em drogas. Um dos momentos mais felizes de sua vida.
Sua música e dança no palco foram influenciadas pelo tempo que passou na Bahia e no Rio. Ela amava se vestir pro Carnaval. De volta aos EUA, começou a usar penas no cabelo. E ela tatuou no pulso a réplica de uma pulseira que comprou no Brasil para lembrar das aventuras.







