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Home Política

João Figueiredo reconheceu a culpa de militares no ‘Atentado no Riocentro’

Ricardo Antunes Por Ricardo Antunes
01/05/2021 - 09:19
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De O Globo – Um dos episódios mais sinistros da fase de abertura política, nos anos finais da ditadura militar, o atentando no Riocentro é motivo de questionamentos desde que as bombas explodiram, durante o show do Dia do Trabalhador, há exatos 40 anos.

O Inquérito Policial Militar (IPM) aberto na época foi arquivado sem apontar culpados e, desde então, houve diferentes investigações sobre o caso, que chegou a ser reaberto em 1999, apenas para ser arquivado de novo.

Assim como o ataque à OAB e outras explosões do período, o episódio no Riocentro foi obra de uma ala radical do Exército. Seus membros queriam detonar bombas durante o show e colocar a culpa de uma eventual carnificina em grupos de esquerda, com o objetivo de frear a volta da democracia.

Só que o tiro saiu pela culatra. Uma das bombas matou o sargento Guilherme do Rosário e feriu gravemente o coronel Wilson Machado. Eles estavam dentro de um Puma GTE, no estacionamento do Riocentro, quando o artefato explodiu antes da hora, no colo de Rosário.

Coronel Wilson Machado foi atingido pelos artefatos

Em 1991, a redação do GLOBO decidiu fazer uma série de reportagens para marcar os dez anos de questionamentos sobre o atentado. Ainda que ninguém tivesse sido punido, a participação de integrantes do Exército no caso já era, então, algo óbvio. Mas nenhuma autoridade das Forças Armadas havia reconhecido isso publicamente. Qual não foi a surpresa do repórter Aziz Filho quando o general João Figueiredo, presidente da República na época das explosões, expôs a convicção de que o atentado fora mesmo obra de militares apontados como vítimas do IPM arquivado?

– A única pessoa que pode dizer alguma coisa é o Capitão Wilson, que não vai abrir a boca se incriminando – disse ele, ao longo de uma conversa pelo telefone.

Então um jornalista recém-formado, Aziz vinha tentando entrevistar o ex-presidente durante dias. Aquela era uma tarefa complicadíssima, já que o general reformado era conhecido por ser avesso a entrevistas. Eis que, num belo dia, o repórter ligou para a residência do militar, que, surpreendentemente, atendeu ao telefone.

Mesmo depois de dizer que não daria uma entrevista nem se o pai dele fosse jornalista, Figueiredo respondeu a todas as perguntas feitas. Leia, abaixo:

O atentado do Riocentro está completando dez anos. Poderíamos marcar uma entrevista com o senhor para falar sobre o episódio?

Absolutamente, não. Eu não tenho nada a ver com aquilo. É uma coisa que eu não quero lembrar. E não dou entrevista a ninguém, não falo mais.

O senhor não acha que passou um tempo longo demais fora do cenário nacional?

Eu não pedi pra ser esquecido? Vocês não bateram nessa tecla várias vezes? Eu já falei muito e ninguém quis me ouvir.

O senhor não acha que a imagem política que deixou foi a do Presidente que garantiu a abertura?

Fiz a abertura, disseram que eu fui obrigado. Todos duvidaram de que eu não ficaria nem um minuto a mais. Eu disse que passaria o cargo ao presidente do Congresso às 12h do dia 15 de março se ninguém me substituísse. Cheguei a dizer em Guaíba que ia dar uma indigestão de democracia, E dei mesmo.

A imagem do homem da abertura não ficaria mais consolidada se o senhor exigisse um rigor maior na apuração do caso Riocentro? O episódio não desgastou seu governo?

O Riocentro não tem nada a ver. Um dos poderes se chama Judiciário. A ele cabia opinar e punir, não a mim. O que o inquérito fez ou não fez não é da minha área. Fosse eu do Judiciário, talvez o resultado fosse diferente. Como Executivo, apenas cumprimos a lei. Por certo o caso desgastou o Governo. Uma barbaridade daquelas não ia desgastar o governo? Desgastou todo mundo.

O senhor acha que a história do Brasil teria sofrido alguma alteração se o caso Riocentro tivesse sido apurado até o fim?

Não mudaria nada. O caso foi superestimado pela imprensa. Quando o general Pires prendeu um major e alguns elementos de um batalhão que haviam matado um soldado, não aconteceu nada. A diferença é que apuraram nesse caso. No outro, do Riocentro, não apuraram, por infelicidade nossa.

O então presidente militar João Figueiredo se pronuncia sobre o Atentado no Riocentro

O senhor disse que Golbery do Couto e Silva, que era seu chefe da Casa Civil, não saiu por causa do Riocentro. Então, por que foi?

Ele quis sair do governo um mês antes. O motivo foi político. Ele ficou bravo porque reclamei de uns amigos dele. Estavam se metendo onde não deviam, se dizendo representantes do Golbery e, portanto, a mando do Presidente. Eu não aceitava aquilo. Agiam politicamente, pediam nomeações etc. Eu pedi para ele ficar, me dava bem com ele. Ele escreveu um bilhete dizendo que ia sair por motivos pessoais. No dia seguinte, vi uma entrevista dele no jornal me esculhambando. Ele fez isso.

Era um homem muito enigmático. Gostava de esconder da gente o que sabia e gostava que a gente dissesse tudo o que sabia para ele. Eu posso ser burro, mas não sou muito burro. Ficávamos naquela guerra de palavras, num jogo de metáforas. Até descobrirmos que éramos sabidos demais para esconder um do outro. Passamos a falar mais claro e as coisas se acirraram. Ele era um bom chefe da Casa Civil.

O Ministro-Chefe do SNI, general Otávio Medeiros, era o seu candidato à Presidencia da República?

O Medeiros nunca foi meu candidato. A turma dele é que meteu isso na cabeça dele. Meu candidato era oque ganhasse a convenção do partido, e ficou sendo o Maluf, apesar de eu não ser malufista. Se eu fosse indicar alguém, indicaria o Costa Cavalcanti.

O senhor está dizendo que ficou indiferente ao processo eleitoral de 1984?

Quem está dizendo é você. Eu cheguei a propor ao Aureliano um acordo com o Tancredo (Neves) para que o Tancredo indicasse alguém e nós apoiássemos. Recebi só patada do Aureliano, que era inimigo de morte do Tancredo. Depois ele me pediu dinheiro para a campanha.

Mas a eleição era indireta, pelo colégio eleitoral?

Aí é que está. Boa pergunta. Mas quem deve responder é ele, não eu. Eu não dei nada e botei ele para fora da minha casa.

Havia setores contrários às eleições em 1984?

Fizeram força para eu continuar, principalmente os políticos que tinham medo de não se reelegerem. O Brizola também queria porque ganharia pela eleição direta. Naquela época, o Brizola ganharia. Ganharia de qualquer candidato meu e do Tancredo, que só empolgou o povo depois, naquela campanha. O Brizola foi desgastado pelo governo que fez aqui.

O senhor está pessimista com o futuro do Brasil?

Ando em todo lugar e o povo não está satisfeíto. Quando a Rocinha descer, não há Exército do mundo que segure. Tenho medo do desespero das massas. Não há canhão que segure. E capaz até do canhão ajudar. Canhão também é povo.

Militares na missa em homenagem às vítimas da explosão

 

 

 

Tags: AtentadoculpaJoão FigueiredoMilitaresreconheceuRiocentro
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Ricardo Antunes

Ricardo Antunes

Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós-graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelos principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.

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