Por Gabriel Garcia de O Globo
Após ser destituída da liderança do governo no Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) desabafou no Twitter com sequência de mensagens em que fala de “ingratidão” e “traição”. Ela disse ainda que só continuará apoiando Bolsonaro enquanto ele “realmente quiser combater a corrupção, sem jeitinho, sem flexibilIzar, sem carteiradas, sem protecionismo a quem quer que seja”.
“Deixo a liderança (do governo) no Congresso com dever cumprido. Articulei a reforma da Previdência em todo país, aprovei o projeto que deu ao presidente R$ 248 bilhões e o salvou de um impeachment, contive inúmeras crises. Não me importo com a ingratidão. Meu couro é duro. Sigo apoiando o Brasil”, escreveu a deputada.
A situação de Joice ficou insustentável no governo na quarta-feira, após a deputada assinar uma lista de apoio à permanência de Delegado Waldir (GO) na liderança do PSL na Câmara. Bolsonaro articulou para que um dos seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP), assuma o lugar. Joice e Eduardo não têm um bom relacionamento.
“Continuo firme no combate à corrupção e apoio o PR @jairbolsonaro enquanto ele realmente quiser combater a corrupção, sem jeitinho, sem flexibilIzar, sem carteiradas, sem protecionismo a quem quer que seja. Se houver esse compromisso mantido com o Brasil, seguiremos juntos”, afirmou, em outra mensagem na rede social.
A deputada escreveu ainda que trabalhava 20 horas por dia para salvar o governo de crises e aprovar as pautas importantes para o país, além de “apagar incêndios durante todos esses meses”. Ela falou em uma das mensagens que esperava traição, mas que não fica abalada.
“E como eu disse muitas vezes: “EU JAMAIS SERIA A PRIMEIRA A TRAIR”. Então, nunca trairia, mas sabia q poderia esperar a traição. Nada me abala. Todas as vezes que tentaram puxar meu tapete eu caí para cima! Então esperem…”, disse Joice.
Pré-candidata à prefeitura de São Paulo, a deputada avalia que está livre para a eleição do próximo ano.
– Agora ganho minha alforria e mais tempo para cuidar do meu mandato e da minha candidatura à prefeitura – disparou.
Na liderança do governo no Congresso, seu substituto será o senador Eduardo Gomes (MDB-TO). De acordo com integrantes do Palácio do Planalto, a crise com o PSL acelerou a saída de Joice, mas a troca já era cogitada há algum tempo. A mudança foi oficializada em despacho do presidente publicado no fim da tarde em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), com mensagem ao Congresso informando a indicação de Gomes para exercer a função de líder.
Joice também disse que continua firme no apoio ao presidente caso ele queira seguir na linha do combate à corrupção, “sem jeitinho, sem flexibilizar, sem carteiradas, sem protecionismo a quem quer que seja”. Dizendo que não é capaz de abalá-la, a deputada garante que jamais trairia, mas sabia que poderia “esperar traição”.
– Todas as vezes que tentaram puxar meu tapete eu caí para cima! Então esperem – promete.
Uma das principais candidatas da direita à prefeitura de São Paulo, Joice se aproximou do governador de São Paulo, João Dória, o que irritou Bolsonaro e o seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro, que vem chamando o tucano de “isentão” nas redes sociais.







