Por Vanessa Kopersz
Enquanto os principais jornais do país citaram o nome de Eduardo Campos em manchetes que revelam seu envolvimento com a operação “Turbulência”, que desvendou um esquema de propinas e lavagem de dinheiro relacionados à campanha dele e de Marina Silva na última eleição presidencial -e até ao avião usado pelo político no dia do acidente que levou a sua morte-, os periódicos de Pernambuco preferiram esconder referências a Campos em suas capas.
Apenas a Folha de Pernambuco salvou-se do vexame do jornalismo local que mistura censura a jornalistas, perseguições a blogueiros e omissão dos fatos quando o mesmo envolve os poderosos da cidade. O fato causou, até mesmo, mal estar na redações principalmente entre os jornalistas mais jovens. O constrangimento foi geral e as repercussões nas rede sociais começaram cedo. De São Paulo, Recife continua a mesma província.
o “Jornal do Commercio” e o “Diário de Pernambuco”, os dois mais importantes jornais do estado, fizeram uma espécie de censura branca e omitiram o nome de Eduardo Campos. O primeiro, trouxe a manchete “Turbulência nas Campanhas Socialistas”, enquanto que o segundo, cita em sua capa: “As Revelações da Operação Turbulência”. Resumindo: algum pernambucano que viesse dos Eua, ou da Europa e desembarcasse no Aeroporto dos Gauararapes nessa quarta (22) teria dificuldade em relacionar o fato se apenas visse as capas dos jornais. Um deles, o “Diário de Pernambuco”, foi comprado recentemente pelo Grupo Rands, do ex-deputado e fiel escudeiro da família, Maurício Rands que foi um dos coordenadores da chapa Campos-Marina Silva.
Apenas a “Folha de Pernambuco” cravou: “Dinheiro Sujo Financiou a Campanha de Campos” e estampou quatro fotos do esquema de laranjas e empresas de fachada. Sinal de que a província resiste em mudar e ainda se submete aos poderosos de plantão. Tanto o Governo do Estado, quanto a Prefeitura do Recife, gastam mais de R$ 200 milhões em propaganda na mídia local. De qualquer forma, o mito que tomou conta do estado após a morte do ex-governador que defendia um “choque de gestão moderno e eficiente” para o setor público fica bastante arranhado com esse episódios e com os outros que ainda virão pelas delações premiadas da OAS e da Odebrecht. E pelas obras superfaturadas como a Arena de Pernambuco e a Refinaria de Abreu e Lima. Os jornais locais, como os políticos envolvidos na Lava Jato, também não vão escapar.







