Por Ricardo Antunes – Morreu neste domingo (5), aos 84 anos, o ex-árbitro Romualdo Arppi Filho, que apitou a final da Copa do Mundo do 1986, quando a Argentina venceu a Alemanha por 3 a 2. Ele estava internado no hospital Ana Costa, onde fazia tratamento renal.
Arppi foi o segundo brasileiro a apitar uma final de copa. Antes dele, apenas Arnaldo Cézar Coelho havia tido a oportunidade. O ex-árbitro começou a sua carreira profissionalmente aos 10 anos e atingiu o seu auge na década de 1980.
O que muita gente não disse, principalmente a imprensa do sul, foi uma história que o Nordeste não esquece jamais . Depois de fazer uma campanha brilhante e invicta no campeonato brasileiro de 1975, o Santa Cruz só precisava da vitória contra o também timaço do Cruzeiro para uma final inédita no Arruda. E seria contra o Internacional que no mesmo domingo venceria o Fluminense por 2×1 no Maracanã.
Naquela época não havia jogo de volta e o Santa tinha a melhor campanha. Detalhe já havíamos ganho do Internacional de 1 X 0 gol do ponta esquerda Pio numa quarta chuvosa no Arruda.

Em um jogo disputadíssimo contra um Cruzeiro de craques como Nelinho, Palhinha e Piazza, os corais só foram derrotados com um tento aos 45 do segundo tempo. A grande queixa naquele dia (7) de dezembro, num misto de orgulho e frustração, foi no primeiro gol celeste, pouco antes do intervalo. Zé Carlos estava em completo impedimento com o bandeira Bráulio Zanoto fazendo vista grossa e o árbitro Romualdo Arppi Filho validando o lance. O Santa terminou perdendo o jogo com um gol aos 45m do segundo tempo de Palhinha e a chance de ser campeão do Brasil.
E os dois, bandeirinha e juiz, saíram do estádio escoltados pela polícia com um coro que não cansava de ecoar nos seus ouvidos. “Ladrão, ladrão, ladrão”.








