Do blog Ponto de Vista – A Justiça Eleitoral da 55ª Zona decidiu cassar os mandatos do prefeito eleito de Pesqueira, Marcos Luidson de Araújo (Cacique Marquinhos), e da vice-prefeita, Cilene Martins de Lima, por abuso de poder político nas eleições de 2024. A decisão foi proferida pelo juiz Rodrigo Flávio Alves de Oliveira no processo nº 0600530-64.2024.6.17.0055, após apuração de uso indevido da máquina pública durante o período eleitoral.
Segundo o processo, os então candidatos se beneficiaram de uma obra pública iniciada às vésperas da eleição municipal. Durante um comício realizado no dia 29 de setembro de 2024, no distrito da Mutuca, Marcos Luidson prometeu, ao lado da candidata a vice, a chegada do asfalto na principal avenida do bairro Baixa Grande “ainda naquela semana”. Poucos dias depois, em 5 de outubro — véspera do pleito — a obra de pavimentação foi iniciada pela gestão do então prefeito Sebastião Leite da Silva Neto, aliado político dos investigados.
A movimentação, considerada atípica por sua urgência e por ocorrer em local de alta visibilidade, próximo à sede do Ministério Público, chamou a atenção das autoridades. Ainda de acordo com o processo, no dia seguinte à votação, em 7 de outubro, os trabalhos foram paralisados e, até hoje, permanecem inacabados.
Para o juiz eleitoral responsável, os fatos configuram uso indevido da estrutura administrativa para benefício eleitoral, caracterizando abuso de poder político. A sentença determina a cassação dos diplomas e a inelegibilidade dos envolvidos, mas ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).

Adversário do prefeito, Rossine é condenado
Também nesta quinta-feira (19), o juiz Rodrigo Flávio declarou a inelegibilidade do adversário do Cacique Marcos em 2024, Rossine Blesmany dos Santos Cordeiro (Podemos), por oito anos. A decisão tem como base a ação movida pela coligação “Compromisso com o Futuro”, que apontou abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação.
Segundo o processo, Rossine estruturou uma rede de desinformação que incluiu o uso de perfis como “Direita Pesqueira”, propaganda negativa, fake news, deepfakes e lives com ataques a adversários. Também foi comprovada a realização de showmício com artistas populares, uso de rádio e televisão locais, além de descumprimento reiterado de decisões judiciais e multas superiores a R$ 65 mil.
O conjunto de práticas foi avaliado pela Justiça como grave e suficiente para comprometer a legitimidade do pleito. Além de Rossine, também foram declarados inelegíveis José Alexandre de França Ferreira, Cleiton Correia Mendonça e Francisco Damião Lopes da Silva, por participação direta na estrutura de comunicação irregular montada na campanha.









