Por Ricardo Antunes
Não,” menino prodígio”. Você não pode ter ido embora sem ter me dado aquela entrevista que me prometeu na livraria do aeroporto de Congonhas, no ano passado. Essa “turma nova” que se meteu no jornalismo nem sabe seu apelido. Não, ” menino prodígio”, não tão novo e tão jovem, simples e tímido. Que noite triste. Você entrevistou o mundo todo e “furou” os “melhores”. O melhor repórter, você no fundo sabia e nunca dizia, era você.
Tímido e discreto era daqueles que sempre dizia que ‘jornalista não era notícia”. Saiu do Recife para trabalhar na Globo do Rio e lá era reverenciado como gênio. O apelido de “menino prodígio” já carregou daqui mas a “cidade ingrata “nunca lhe fez reverência e nenhuma homenagem. Se era meu amigo? não, não. Nos cruzamos em aeroportos ou dentro de um avião mas eu tenho todos os seus últimos livros e todas suas entrevistas para o Arquivo N gravadas. Começou no caderno infantil do Diário, com Tia Lola, foi do Estadão, depois para a Globo NE e seguiu para o Rio de Janeiro para conquistar o mundo. Foi escritor, editor, repórter, diretor de cinema e tudo o que quis. Era um gênio e nosso maior repórter.
Leiam o que disse o G1 agora há pouco: “O jornalista e escritor Geneton Moraes Neto morreu nesta segunda-feira (22) no Rio, aos 60 anos, vítima de um aneurisma na artéria aorta. Ele estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul da cidade, desde maio. Deixa a viúva, Elizabeth, três filhos, Joana, Clara e Daniel, e quatro netos, Beatriz, Dora, João Philippe e Francisco.
Com mais de 40 anos de carreira no jornalismo, Geneton era um apaixonado pelo exercício da reportagem, função que ele afirmava ser a “realmente importante” no jornalismo. Trabalhava na Globo desde o início dos anos de 1980. Foi editor do RJTV, editor-executivo e editor-chefe do Jornal da Globo, editor do Jornal Nacional, repórter e editor-chefe do Fantástico.







