Por Mino Pedrosa, do Fatos Online – A ministra da Cultura, Margareth Menezes, está prestes a cantar o nome da empresa vitoriosa do certame que vai abocanhar a bagatela de R$ 40 milhões. A licitação promovida pelo ministério usa o argumento de que a normativa da Secom da Presidência da República permite apenas uma ou até duas empresas na disputa da modalidade de live marketing.
No ministério, circula com desenvoltura pelos corredores um empresário do ramo de energia, Luís Saraiva, carregando uma bandeira quadriculada para a empresa Terruá, que ecoa no gabinete de Bruno Henrique Lins Duarte, Subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração do MinC.
O certame aconteceu na semana passada. Cinco agências entraram com recurso contra a normativa palaciana, justificando que é necessário ao menos três agências para atender as demandas em igualdade. Em resposta, o ministério reafirmou e validou a normativa palaciana. Na entrega das propostas, apenas três empresas participaram.
Curiosamente, uma delas, a Checon, chegou com uma hora de atraso e não conseguiu entrar na disputa. Marcelo Checon, o proprietário, circula pela Esplanada dos Ministérios usando o nome de autoridades para buscar facilidades nos certames federais. O empresário chegou a Brasília apresentando uma revista Forbes na qual é classificado como um jovem empreendedor de milhões, mas não é bem assim. No encalço do empresário, há cobranças milionárias.
O mercado publicitário já considera essa vitória uma “certeza” e se curva diante da força do grupo coordenado por Saraiva, que frequentemente é visto acompanhado de Bruno Lins em restaurantes de luxo em Brasília, consolidando suas estratégias longe dos olhares públicos.
As conquistas da Terruá não param por aí. A empresa também venceu um certame da OEI no valor de R$ 80 milhões, em um trabalho conjunto com o operador Cassius, que goza da intimidade do Secretário Executivo do MinC, Márcio Tavares, reforçando as suspeitas de favorecimento e lobby político. Além disso, a empresa se sagrou vencedora de um contrato de R$ 35 milhões com a Apex-Brasil, tornando-se um verdadeiro gigante nos contratos públicos. Para quem não sabe, o proprietário da Terruá é Moisés Andrade Gomes, curiosamente oriundo da FSB, empresa gigante no setor governamental.
Ao sair da FSB rumo à Terruá, Moisés deixou a liderança do grupo nas mãos de Renato Salles, CEO da FSB em Brasília.
Mesmo com o término da gestão Bolsonaro, a empresa e seus aliados têm mantido um forte controle sobre órgãos ligados ao governo atual, deixando em festa aqueles que desejam a continuidade de uma agenda privilegiada nos “arredores petistas”, que agora esperam ansiosamente o show vitorioso da Terruá na voz da ministra Margareth Menezes.
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* Mino Pedrosa é jornalista investigativo e editor chefe do Fatos Online