Com informações da assessoria de imprensa – “Dois artistas que têm como principais instrumentos as mãos e a imaginação. Um é escultor e desenhista. O outro faz bonecos gigantes.” É assim que o jornalista Marcelo Pereira descreve aos convidados da próxima edição do Tecnologia para vencer a crise: Cavani Rosas e Sílvio Botelho, respectivamente. O bate-papo, que acontece nesta quinta-feira (4), refletirá sobre a adaptação dos artesãos e artistas plásticos pernambucanos diante do isolamento imposto pela crise sanitária mundial. A transmissão tem início às 16h, na conta oficial da Fundação Joaquim Nabuco no Instagram (@fundajoficial).
O jornalista Marcelo Pereira media a conversa com ambos convidados. Três décadas atuando no mercado cultural, suas primeiras coberturas foram justo sobre as artes plásticas. Desde os anos 1990, quando repórter do então Caderno C, do Jornal do Commercio, entrevistou nomes como Bete Gouveia, Francisco Brennand, Carlos Scliar, Renato Valle até Bernardo Dimenstein. Assinou a coluna Rec-beat, entre 1990 e 2018, comentando a cadeia cultural do Estado. No aquecimento para o encontro, ele reflete. “São artistas cujo trabalho é realizado à moda antiga, como estão se valendo da tecnologia?”, diz, entre outros questionamentos.
O primeiro convidado, às 16h, é o artista plástico Sílvio Botelho. Natural do bairro do Amparo, em Olinda, confeccionou 1.320 bonecos gigantes ao longo dos seus 46 anos de trabalho. A paixão pelo Carnaval vem de pequeno e hoje é considerado pai de muitas alegorias, símbolos do festejo de Momo no sítio histórico. Os mais conhecidos são as figuras de Alceu Valença, Luiz Gonzaga, Lia de Itamaracá, Capiba e Maestro Spok. Com o isolamento e o cancelamento de festejos e diversos eventos, os bonecos já não saem. Os turistas que frequentam a cidade patrimônio e consomem as peças do artista, também não.

“O trabalho que desenvolvo precisa das ruas, dos congressos, dos grandes eventos e festejos populares. É preciso ter jogo de cintura, estamos nos reinventando, reaprendendo a caminhar”, comenta sobre o cenário atual. Pouco adepto às redes, Sílvio tem descoberto nelas uma possibilidade para reduzir as limitações. Vale conversar com os amigos, pedir opinião, buscar consultoria e participar de oficinas. Tudo para driblar a crise. “Apostei todas as fichas na colheita do Carnaval para este ano e para a preparação do ano que vem. Nós produtores 3D estamos preocupados, mas a adesão a novas tecnologias pode ser um benefício”, conclui Botelho.
Na sequência, às 17h, será a vez do artista plástico pernambucano Cavani Rosas, cujo trabalho em gravuras com bico de pena e esculturas dialoga com a estética expressionista e o misticismo. A exemplo da exposição Visões Secretas, exibida na Alemanha, em 2018. Há meio século desenvolvendo seus trabalhos à base de estudos iconográficos e reflexões filosóficas, Rosas enxerga o momento como oportunidade para uma imersão ainda maior em seu trabalho. “A maioria dos artistas, creio, vive naturalmente um estado de reclusão”, observa o artista, que parou de ministrar aulas e agora tem uma produção ainda mais individual.

Defensor da meditação, sugere que se tire o melhor da quarentena. “A introspecção que ocorre dentro deste isolamento é muito benéfica para o desenvolvimento criativo de alguns trabalhos de arte e propicia maiores reflexões, a depender do tema abordado”, explica. Embora revele os desafios mercadológicos neste período, com as galerias fechadas. “Há uma impossibilidade, visto que a arte não é um gênero de primeira necessidade”, aponta. “Por outro lado, com as pessoas em casa, o contato delas com meu trabalho através das redes sociais tem aumentado. Com isso, estou com muitos trabalhos para fazer, apesar de preços menos justos.”
Serviço
Live: Tecnologia para vencer a crise: artesãos e artistas plásticos
Data: 04 de junho de 2020
Horário: 16h às 18h
Transmissão via Instagram: (@fundajoficial)
Gratuito