Do UOL – O presidente Lula (PT) abriu a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) hoje com fortes críticas às sanções dos Estados Unidos e ao que chamou de extrema direita internacional. Veja a íntegra.
Lula focou seu discurso na defesa do multilateralismo e da cooperação internacional. “Em todo o mundo, forças antidemocráticas tentam subjugar as instituições e sufocar as liberdades, cultuam a violência, exaltam a ignorância, atuam como milícias físicas e digitais e cerceiam a imprensa”, afirmou o presidente.
“Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos autocratas”, disse Lula, em referência à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele também criticou fortemente as ações do presidente dos EUA, Donald Trump, sem citá-los nominalmente.
“Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil. Não há pacificação com impunidade. Há poucos dias, e pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado democrático de Direito. Foi investigado, indiciado e julgado e responsabilizado pelos seus atos em um processo minucioso. Teve amplo direito de defesa, prerrogativa que as ditaduras negam às suas vítimas”.
Lula, na ONU, sobre a condenação de Bolsonaro.
“A agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável”, continuou Lula. “A intolerância em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias”, disse, em referência às sanções de Trump contra os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Trump tampouco foi poupado. O presidente tem repetido que o tarifaço de Trump é uma “chantagem econômica”. Em meio a uma tensão inédita entre os dois países, o norte-americano foi o próximo chefe de Estado a falar.
“Assistimos à consolidação de uma desordem internacional marcada por seguidas concessões à política do poder. Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando regra”.
Lula, na ONU
Como esperado, Lula pediu também paz nos e condenou os ataques de Israel. Ontem, ele já havia reafirmado que considera o que acontece na Faixa de Gaza como “genocídio” e “limpeza étnica”. “Todos sabemos que não haverá solução militar”, disse, sobre o conflito na Ucrânia.
Historicamente, o Brasil é o primeiro país a discursar, seguido dos Estados Unidos. Antes de Lula, o diretor-geral da ONU, o português António Guterres, abre a reunião, seguido pela presidente da Assembleia Geral, a alemã Annalena Baerbock.









