Por Juca Kfouri, do UOL – O Brasil tem 523 anos e ainda não foi capaz de definir o que quer ser quando crescer em matéria de esportes. Até hoje não tem uma Política Esportiva com P maiúsculo e quando ameaçou começar a formulá-la de um golpe só a abortou. Ana Moser pensa o esporte como fator de saúde pública e educação. Embora tenha sido medalhista olímpica como excepcional atleta do vôlei, sabe que o esporte de alto rendimento é resultado de Política Esportiva, não seu objetivo principal num país com as carências brasileiras.
O acesso à prática esporte, a democratização para que todos possam ter alguma atividade, das crianças aos mais velhos, sem discriminação de ninguém, deve ser a meta. Antigo estudo da Organização Mundial da Saúde já mostrava que para cada dólar investido no acesso ao esporte, são poupados três em saúde pública.
Ana Moser não tem partido político nem padrinhos, apenas o apoio dos esportistas progressistas do país, atletas e não atletas, e será substituída por um tal Fufuca, deputado que vira piada pronta, embora sem graça alguma. De quebra, o PP ficará com o ervanário das apostas.
A governabilidade paga preço cada vez mais alto quando barganha o bem pelo mal. O esporte brasileiro está de luto e Lula teve de engolir sua frase quando recebeu o apoio da comunidade esportiva em evento em São Paulo, antes da eleição de outubro passado. Na ocasião disse que ‘o esporte não pode ser moeda de troca’. Pois foi. Gol contra de Lula.