Por Rodolfo Borges – Era Trump que buscava obsessivamente o prêmio neste ano, mas o petista iniciou o governo com a mesma campanha, e se posicionou errado sobre tudo, inclusive Venezuela.
Lula (à esquerda na foto) foi eleito em 2022 para seu terceiro mandato presidencial com o discurso da defesa da democracia. Seu principal adversário naquela eleição, Jair Bolsonaro, foi condenado em setembro a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Na expectativa de limpar a biografia após ser preso por corrupção e ter as condenações anuladas por questões processuais, o petista passou o primeiro ano de governo viajando pelo mundo, tentando mediar conflitos internacionais, como o da invasão da Ucrânia pela Rússia e a guerra deflagrada pelo ataque terrorista do Hamas e Israel, em 7 de outubro de 2023.
se posicionou do lado errado nessas duas questões, contudo, tomando o lado dos agressores, assim como fez quando Israel reagiu ao Irã, que patrocina o Hamas e o Hezbollah.
Maduro
O petista também estava errado ao apoiar o regime de Nicolás Maduro (à direita na foto), contra quem María Corina Machado, premiada com o Nobel da Paz neste ano, se insurgiu.
Em 2023, Lula chegou a dar conselhos públicos a Maduro, que foi recebido com pompa de chefe de Estado em Brasília.
Um ano depois, o ditador fraudou mais uma vez as eleições da Venezuela, tirando a vitória de Edmundo González, que concorreu no lugar de María Corina, proibida pela ditadura de disputar o pleito — seu mandato de deputada já tinha sido usurpado pelo regime bolivariano.
Nesta sexta-feira, 10, quando o mundo livre celebra o prêmio dado à líder opositora da Venezuela, Lula, que nunca se prestou a sequer pronunciar o nome de María Corina, não tem o que dizer — e é melhor ficar calado do que fazer como o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que reclamou da premiação de alguém que se notabilizou por lutar pela liberdade do próprio povo.
Discurso de ocasião
Mais do que todas as bandeiras erradas defendidas por Lula ao longo de seu terceiro mandato presidencial, seu suporte à ditadura venezuelana, que vem desde a época de Hugo Chávez, é a prova de que seu discurso em defesa da democracia no Brasil é de ocasião e não merece qualquer crédito.
Os apoiadores de Donald Trump esperneiam, hoje, contra a entrega do prêmio para a opositora venezuelana, pois esperavam que o presidente americano recebesse a honraria por ter mediado um acordo de paz na Faixa de Gaza. Mas há outros conflitos ocorrendo no mundo.
O Prêmio Nobel anunciado nesta sexta para María Corina serve de incentivo para quem luta pela liberdade, seja onde for, mas também de lembrança, no caso específico do Brasil, de que infelizmente o país se colocou como refém de dois projetos de poder que não prezam exatamente pela democracia.









