Por Ricardo Antunes — Pegou mal na cúpula da Petrobras a decisão do presidente Jair Bolsonaro de indicar o general Joaquim Silva e Luna para o comando da estatal. A atual diretoria entende que o ato deriva de populismo, pois Bolsonaro constantemente critica o preço final da gasolina para o consumidor, e tenta agora faturar com a mudança.
A cúpula promete entregar os cargos caso o atual presidente Roberto Castello Branco, indicado pelo próprio Bolsonaro em 2018, seja substituído. Atual diretor da Itaipu Binacional, Silva e Luna precisará ter seu nome aprovado pelo conselho de administração da Petrobras.

BOLSONARISTA SEGUE PRESO
Como previsto, o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira seguirá preso, cumprindo determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). A Câmara referendou a prisão por 364 votos a 130, um placar amplo, mas bem distante, por exemplo, dos 450 votos que cassaram o ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha.
CASSAÇÃO É QUESTÃO DE TEMPO
Mas por outro lado, bem acima dos 257 votos que constituem a maioria absoluta da casa e eram necessários para a aprovação. Preso em flagrante por determinação do ministro Alexandre de Moraes por divulgar um vídeo no qual fazia apologia ao AI-5, Silveira chegou a pedir desculpas e sugerir que a prisão abriria “precedências catastróficas”. Em vão.
E o placar tende a se ampliar para a votação no Conselho de Ética, onde o ainda parlamentar tentará se portar como defensor da mesma democracia para a qual desferiu ataques, ao disparar contra instituições. Parecem favas contadas.
CALADO, MAS COM STF NO RADAR
O presidente Jair Bolsonaro evitou dar declarações em sua agenda pública, realizada em Sertânia, nesta sexta-feira. Mas o núcleo duro ainda está engasgado com o STF, pela prisão de um fiel escudeiro.
A prisão de Daniel Silveira é mais um escândalo que envolve o Rio de Janeiro, estado que já teve o impeachment contra o ex-governador Wilson Witzel, além de outras prisões de políticos de alta estirpe.
GOTA D´ÁGUA
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), classificou como “didática” a decisão da Câmara de manter a prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), preso após ameaçar ministros do Supremo.

TUDO TEM LIMITE
“Eu acho que foi, e será, educativo para a Câmara dos Deputados o que aconteceu no dia de hoje, para que todos nós saibamos que existe imunidade parlamentar de fala, voz, expressão… nós temos o livre direito de expressão, mas tudo na vida tem limite quando se macula, ou tenta se macular, a democracia”, disse Lira à CNN Brasil.
RECADO CLARO
Ele ainda complementou: “Esse foi o recado que a Câmara dos Deputados deu hoje a um e dará a vários se não seguirem o rito normal de um comportamento adequado”.
FICOU SOZINHO
A bancada federal pernambucana, tão heterogênea em frentes partidárias, foi quase unânime na votação para manter a prisão de Daniel Silveira. Dos 25 parlamentares, apenas Pastor Eurico, do Patriota, foi contra a prisão do colega. Entre os favoráveis, Luciano Bivar, presidente nacional do PSL, que inclusive expulsou Silveira da sigla.
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Coluna de Ricardo Antunes, Sexta-feira 19/02/2021.
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*Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelo principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.
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