Do Blog de Jamildo — Em entrevista à Rádio Jornal nesta segunda-feira (28), o candidato a prefeito do Recife pelo PRTB, Marco Aurélio, voltou a criticar Mendonça Filho, candidato do DEM, por acenos feitos a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro na pré-campanha eleitoral.
“A picaretagem não tem limites. Pode apostar que gente como Mendonça Filho ainda vai ter a cara de pau de aparecer nas eleições de 2020 dizendo estar ao lado de meu pai para ter o voto conservador. O povo não é otário”, disse Marco Aurélio. “Quem escreveu foi Eduardo Bolsonaro. Tá lá no twitter dele é só procurar”, acrescentou.
A afirmação de Marco Aurélio expõe novamente o racha entre os candidatos da oposição à direita no Recife. Desde janeiro, o grupo tentava construir uma unidade em torno de um nome, o que não vingou. Com isso, a direita chega à eleição com seis candidaturas e uma disputa pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro na capital pernambucana.
“Faço questão que as pessoas me identifiquem com Bolsonaro. Em 2018, eu votei em Bolsonaro. É só olhar nas minhas redes sociais que tem foto no meu comitê com ele. Tenho apoio do vice-presidente Mourão. O general Mourão morou três anos aqui (no Recife), a filha dele nasceu aqui, ele serviu aqui. Ele é um homem sério e de bem. Tenho muito orgulho dele ter me abraçado”, afirmou Marco Aurélio.
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Recentemente, Mendonça Filho fez um périplo por Brasília e se reuniu com diversos ministros do governo Bolsonaro, ainda na condição de pré-candidato a prefeito.
“Ele só não se encontra com o presidente”, alfinetou Marco Aurélio.
O candidato do PRTB ainda elencou o que considera parâmetros de alguém que não estaria alinhado ao bolsonarismo e acusou Mendonça Filho de ter defendido “ideologia de gênero” durante o período em que foi ministro da Educação, entre 2016 e 2018, no governo de Michel Temer.
“O candidato de Bolsonaro a primeira coisa que ele tem que ter feito é ter votado em Bolsonaro. Mendonça votou em Alckmin (PSDB). Um candidato de Bolsonaro não pode ter sido solidário a(o) (ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique) Mandetta (quando foi tirado do cargo pelo presidente). E ele (Mendonça) ficou com a marca da ideologia de gênero no ministério. As atitudes dele são anti-Bolsonaro”, criticou.

Marco Aurélio também deferiu críticas indiretas, sem citar o nome, ao candidato a prefeito do PSC, Alberto Feitosa, que exerceu cargo de superintendente da Infraero durante o governo Lula.
“O outro (candidato) agradeceu o emprego como presidente da Infraero. Foi nomeado por Lula a pedido de Humberto Costa”, disse Marco Aurélio sobre Feitosa, que também se considera bolsonarista.
Problemas do Recife
Questionado sobre o que mais lhe incomoda na atual situação do Recife, Marco Aurélio disse que são “o total abandono” da cidade e também a educação municipal.
“Sendo prefeito do Recife vou resolver dois assuntos de imediato: devolver ao recifense a capacidade de o recifense olhar para a cidade e ter orgulho e a questão da educação”, disse.

Batendo novamente na tecla, Marco Aurélio citou as arrecadações da CTTU (Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano) em relação às multas aplicadasa condutores no trânsito do Recife.
“Não existe essa coisa de você arrecadar 100 milhões de reais de indústria da multar e não ver uma propaganda para educar o pedestre ou o motorista. Vamos fazer uma grande auditoria para onde vai esse dinheiro. Até hoje eu não sei”, disse.
‘A máscara do PSB caiu na pandemia’
Na avaliação do candidato do PRTB a prefeito, a pandemia do coronavírus mostrou a realidade da saúde pública na cidade do Recife.
“As UPAEs foram prometidas. Não chegaram. E seria muito importante no combate à covid-19. A pandemia mostrou a real cara da saúde do Recife. As pessoas são tratadas de forma subumana. E eu dizia que a mascara do PSB está caindo. O tratamento da covid-19 foi politizado, fizeram um exagero. Não ignoro a covid, reconheço a gravidade, mas o tratamento na ponta as pessoas não quiseram fazer. Pergunto ao governador Paulo Câmara, com todo respeito, se ele tomou (o remédio) ivermectina no tratamento”, disse.

O candidato ainda acusou a campanha de João Campos, candidato do PSB a prefeito, de usar servidores comissionados da Prefeitura do Recife em atos.
“Se gasta mal (na Prefeitura). Aliás, na campanha de Joao Campos, está cheio de cargos comissionados. Eles são convidados a irem após o expediente”.
O candidato ainda se disse contrário à volta às aulas nas escolas. Na semana passada, o Governo de Pernambuco anunciou a retomada das aulas para o ensino médio nas escolas de Pernambuco ao longo do mês de outubro.
“Acho que não tem logica voltar aulas agora com o ano já terminando. Os jovens podem não adquirir a doença (covid-19), mas levam para pais e avós”, disse Marco Aurélio.
Habitação

Uma das propostas de Marco Aurélio para solucionar o déficit habitacional no Recife é utilizar imóveis com atrasos de IPTU e em estado de abandono para moradia das pessoas que não têm residências.
“Esses prédios abandonados, com IPTU atraso, têm que serem colocados para a população morar. A gente pode distribuir isso inclusive com os trabalhadores que ainda não têm moradia, que trabalham no Recife mas não moram aqui”, afirmou.
Protestos
Em uma gestão de Marco Aurélio como prefeito, os protestos de rua não poderão travar a circulação das pessoas na cidade. É o que disse o candidato do PRTB na entrevista à Rádio Jornal.
“Trancar a cidade comigo não tranca. Trancar a cidade para atrapalhar o povo quer ir trabalhar (…). Comigo prefeito não tranca”, disse.
Sem vacina, sem carnaval

O candidato Marco Aurélio ainda disse que, sem uma vacina para covid-19, não haverá carnaval no Recife em 2021, se ele for eleito prefeito.
“O carnaval deveria ter sido suspenso desde o carnaval passado quando o secretario de Saúde disse que mascara só de fantasia”, criticou.
“Carnaval próximo ano zero possibilidade se eu for prefeito. Carnaval é aglomeração. Eu tenho que cuidar do povo da cidade, não vou deixar meu povo depois estar com covid, doente e morrendo. O carnaval do próximo ano não pode existir, a não ser que daqui para lá tenha uma vacina (contra coronavírus). Agora, incentivo ao turismo vamos fazer de outra forma”, disse.







