Por Ricardo Antunes – Sem mandato e praticamente sem espaço na chapa do primo em 2026, Marília Arraes (Solidariedade) estaria ameaçando João Campos (PSB) com uma possível negociação para integrar uma das vagas ao Senado na reeleição de Raquel Lyra (PSD), adversária com quem trocou ofensas na eleição de 2022.
A concorrência para ocupar as duas vagas do Senado na chapa de João Campos – uma delas já estaria reservada à reeleição de Humberto Costa em função da aliança PSB/PT – e a imagem de nepotismo que teria a chapa com Marília na outra vaga são dificuldades para ela voltar a ter um mandato pela esquerda, avaliam, em reserva, fontes consultadas pelo Blog.
Com um capital de dois milhões de votos obtidos na disputa do segundo turno, em que perdeu o governo para Raquel em 2022, Marília tem dito, intramuros, que se bandear para a reeleição da governadora pode levar ao segundo turno e à derrota de João Campos.
Não é à toa que tem plantado essa informação em alguns sites e blogs com o objetivo de fazer o que sempre ama: fomentar a cizânia.

Apesar de haver declarado apoio à reeleição vencedora de Campos à Prefeitura do Recife e de ter declarado, em fevereiro último, que a presença de Raquel Lyra, então no PSDB, era um entrave à federação entre o Solidariedade e os tucanos, Marília tem como superar eventuais mágoas com Raquel pelos insultos dos dois lados na campanha de 2022. Retidão de caráter nunca foi o seu forte.
Poucos sabem, mas Marília e Raquel tinham uma convivência familiar próxima antes de 2022. Amiga de João Lyra, pai de Raquel, ex-governador, ex-deputado estadual, duas vezes prefeito de Caruaru, Marília frequentava a casa dos Lyra.
É corriqueiro na política que o adversário de ontem possa ser o aliado de hoje. Por isso, o descrédito da classe com a maioria dos políticos. Ela não é a única, deve-se reconhecer isso.
A própria Marília é exemplo flagrante do ir e vir na atividade política. Basta lembrar que foi adversária ferrenha do primo na disputa pela Prefeitura do Recife, que levou ao segundo turno em 2020, com troca de sopapos de um e de outro, apesar dos laços familiares.
Resta saber se a governadora Raquel Lyra está mesmo disposta a “manchar” sua imagem unindo-se à prima de João Campos (PSB) apenas por 2026. Talvez o preço seja caro demais. A conferir.









