Da Redação do Blog – “Por enquanto, não posso dizer nada. Vamos aguardar”. Com esta declaração ao Blog, o deputado Mendonça Filho esquivou-se de confirmar publicamente ser candidato à vaga do deputado Pedro Lucas (MA) na liderança do União Brasil na Câmara sem a oficialização da nomeação e posse dele no Ministério das Comunicações, mas está se articulando para disputar o cargo, cobiçado por outros concorrentes.
O Blog apurou que, no momento, Mendonça Filho deve enfrentar as candidaturas à liderança dos deputados Fábio Schiochet (SC), Damião Feliciano (PB) e Moses Rodrigues (CE). Espera contar, na disputa, com o apoio dos caciques Ronaldo Caiado, governador de Goiás que já se lançou pré-candidato à Presidência da República, e ACM Neto, ex-prefeito de Salvador, mas, como ocorreu em dezembro, quando tentou se lançar pela primeira vez, deve enfrentar a resistência do seu conterrâneo Antonio Rueda, presidente do partido.
Segundo fontes que acompanham a disputa, a possível oposição de Rueda se explica porque, avesso historicamente ao PT, Mendonça Filho na liderança pode representar um distanciamento do União Brasil do governo Lula, embora a legenda detenha três ministérios. O deputado pernambucano foi um dos líderes do impeachment de Dilma Rousseff e ministro da Educação de Michel Temer (MDB), que ajudou a colocar na Presidência da República, no lugar de Dilma.

O União Brasil tem o Ministério das Comunicações, que era de Juscelino Filho (MA), demitido ao ser denunciado pela Procuradoria Geral da República por suspeita de falcatruas em emendas parlamentares e que será substituído por Pedro Lucas, maranhense como ele; Turismo (deputado Celso Sabino) e Integração Nacional e Desenvolvimento Regional (Waldez Góes, do PDT, mas indicação do senador Davi Alcolumbre, do União, presidente do Senado).
Cabe ao líder partidário, entre outras atribuições, falar em nome do partido nas votações e negociar o apoio da legenda a projetos do governo. Com 58 deputados, terceira maior força na Câmara, atrás do PL e do PT, e sete senadores, o União Brasil é uma das legendas do Centrão estratégicas para o governo aprovar seus projetos.
Parlamentar calejado, em quarto mandato na Câmara, não se espera que Mendonça Filho no cargo venha a fazer oposição ferrenha ao governo petista, mas não há dúvidas de que poderá haver arestas no relacionamento, preveem as fontes que acompanham a disputa.
Resultado da fusão, em 2021, do DEM e do PSL, partidos de direita, o União Brasil é um saco de gatos. Em março de 2024, um grupo, capitaneado por Rueda, destituiu o deputado Luciano Bivar (PE) da presidência. Embora alinhado ao governo, dois dos seus membros mais proeminentes são oposição dura ao PT e ocupam cargos relevantes na agremiação: ACM Neto é o 1º vice-presidente e Ronaldo Caiado integra o diretório nacional.
Além de 58 deputados federais e sete senadores, o União Brasil tem filiados quatro governadores, 104 deputados estaduais, 591 prefeitos e 5.521 vereadores.