Do G1 — Preso desde julho de 2020 por suspeita de “rachadinha”, o vereador do Cabo de Santo Agostinho Flávio Átila da Silva Leite (PL), conhecido como Irmão Flávio, tomou posse do cargo por meio de videoconferência. A cerimônia ocorreu depois que a primeira posse, por procuração, foi anulada.
Os demais vereadores tomaram posse no dia 1º de janeiro, de forma presencial. Já a cerimônia para empossar Irmão Flávio ocorreu na quarta-feira (6) e foi autorizada pela Mesa Diretora da Câmara, que atendeu a um pedido da defesa de Irmão Flávio.
“Ao dar a posse, a Mesa cumpriu o regimento da Casa, através de uma resolução de 2020, que permite a realização de sessões plenárias e outras atividades legislativas através de videoconferência”, diz uma nota enviada pela Câmara.
“Ele não perdeu os direitos políticos. Se ele tivesse perdido, não seria candidato nem seria diplomado. Cumprimos o regimento interno da Câmara”, disse o presidente Ricardo Carneiro (MDB), conhecido como Ricardinho.

Nesta sexta-feira (8), a Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho recebeu o pedido de licença do vereador Irmão Flávio por 120 dias, a partir da data da posse.
“O próximo passo é a Câmara marcar uma sessão para aprovar a licença do vereador. Depois de aprovada a licença, será convocado o suplente para assumir a vaga”, informou a Câmara, em nota. O suplente é Nia Vipcar (PL).
No período de licença, segundo o presidente da Casa, o parlamentar preso não vai receber remuneração. “Não haverá nenhum dano ao erário público”, declarou Ricardinho. Com um dos 21 vereadores detido, o presidente informou que o julgamento cabe ao poder Judiciário.

“A Justiça deu o direito de ele ser candidato mesmo afastado, parte da população votou nele e ele ganhou a eleição. A lei não se questiona, a lei se cumpre”, afirmou o presidente da Câmara.
Por meio de nota, a Secretaria Executiva de Ressocialização informou que a videoconferência foi feita no Centro de Observação e Triagem Criminológica Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, na quarta (6), a pedido da Câmara dos Vereadores. Cabe ao Poder Judiciário a decisão final. O G1 tenta contato com a defesa de Irmão Flávio.