Do G1 PE – Há mais de 48 horas sem energia elétrica, moradores de fizeram um protesto, na Avenida Senador Nilo de Souza Coelho, conhecida como Segunda Perimetral, no bairro de Aguazinha. Na manhã desta segunda-feira (31), eles queimaram pneus e interditaram os dois sentidos da via para pedir à Neoenergia Pernambuco uma solução para o problema.
Segundo a empresa responsável pelo abastecimento elétrico, a falta de energia atingiu vários pontos em diversas cidades do estado, por causa das fortes chuvas e dos ventos de até 60 quilômetros por hora registrados na sexta-feira (28).
O técnico em refrigeração Guilherme dos Santos saiu de Água Fria, na Zona Norte do Recife, em direção à PE-15. No meio do caminho, precisou descer do ônibus por causa do protesto.
“Todos os passageiros tiveram que descer e ir a pé, andar uns 500 metros para chegar na PE-15. E, dentro do ônibus, tinha muita gente falando que estava sem energia, com o mesmo relato dos moradores que estavam protestando”, afirmou.
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No bairro onde mora Guilherme dos Santos também faltou energia. No domingo (30), comerciantes do Mercado de Água Fria fizeram um protesto por causa do problema e interditaram, com pneus queimados e galhos de árvores, os dois sentidos da Estrada Velha de Água Fria. Após o início do protesto, a energia foi restabelecida no mercado, mas não nas ruas do entorno.
Nesta segunda-feira, a falta de energia também permanecia no bairro de Maranguape 2, em Paulista. “No sábado, quando cheguei, a energia estava oscilando porque, no dia da chuva, faltou mas voltou. Ontem [domingo], faltou de novo. Ninguém explicou o motivo, achei um descaso”, contou um morador que se identificou apenas como Josenildo.
No domingo (30), no bairro de Jardim Brasil 1, em Olinda, os moradores cercaram o caminhão da Neoenergia e disseram que só iriam liberar quando a luz voltasse.
Dentro das casas no bairro, o que se via eram transtornos e prejuízos. O morador Gabriel Ângelo Araújo está desempregado e tem um filho com hemofilia, problema de coagulação que pode causar hemorragias. O menino precisa tomar uma ampola de um remédio a cada dois dias e cada uma custa R$ 5 mil.
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O medicamento é fornecido de graça pela Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope), e a família tinha dez unidades na geladeira. Todas foram perdidas com a falta de refrigeração e, agora, a família precisa prestar contas.
“A gente vai pegar essas daqui, vai levar para lá e pedir, explicando que aconteceu isso, para ver se eles recolhem o inutilizável e dão outras doses para a gente ficar, ou se a gente vai ter que marcar com a médica para poder ela liberar outras doses. Não sei como ele vai ficar sem o remédio”, disse.
No bairro do Janga, em Paulista, sem energia, a bomba que puxa água para a casa do aposentado Jayme Batista da Silveira parou de funcionar. Com isso, ele ficou sem energia e sem água. “Eu tive que recorrer à cisterna do condomínio, tirando água na mão e trazendo para casa”, relatou.
Por meio de nota, a Neoenergia afirmou que recebeu mais de 6 mil chamados sobre falta de energia e disse que o volume é “muito maior que o considerado para um dia normal”. Durante o fim de semana, segundo a empresa, o efetivo de prontidão foi reforçado em 250% para atender aos casos isolados “com a maior brevidade possível”.
A companhia também disse que as ocorrências se concentram em localidades de Olinda e de Paulista. Especificamente sobre Maranguape 2, a Neoenergia declarou que “está deslocando uma equipe técnica para o local para atuar na solução da demanda”.







