De O Globo – Morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, o fotógrafo Sebastião Salgado. Conhecido por seu trabalho documental e sua assinatura visual em preto e branco, recebeu praticamente todos os principais prêmios de fotografia do mundo. A informação da morte foi confirmada por uma fonte próxima da família.
Nascido na vila de Conceição do Capim, em Minas Gerais, em 1944, Salgado transformou o fotojornalismo. Seu registro das injustiças sociais e das populações marginalizadas atravessou fronteiras, mostrando a realidade de trabalhadores rurais, refugiados, povos originários e territórios em risco. Seu estilo inconfundível unia emoção, reflexão e forte apelo estético, lirismo e denúncia, sempre com domínio da luz natural, o contraste marcante do preto e branco e uma composição inspirada.
Salgado estava com uma exposição em cartaz na França. A mostra organizada no centro Les Franciscaines, em Deauville, reúne mais de 400 obras de Salgado, todas do acervo do Maison Européenne
‘Amor pela humanidade’
“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo”, afirmou em nota o perfil oficial do Instituto Terra, uma ONG de educação ecossistêmica fundada pelo próprio Salgado com sua esposa Lélia Wanick. “Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”.