EXCLUSIVO, Por Luiz Roberto Marinho – O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) acaba de denunciar à Vara do Tribunal de Júri, nesta sexta-feira (12), o estudante Gabriel Graciliano Guerra Barreto de Queiroz, de 19 anos, por crime doloso eventual com agravantes, cuja pena varia de 12 a 30 anos. Ele atropelou e matou, alcoolizado ao volante, o operário Alex Nunes Viana Bezerra na madrugada do dia 29 de novembro, em Boa Viagem, na Zona Sul, quando a vítima montava um palco.
O MPPE argumenta que, além do dolo eventual, caracterizado por estar alcoolizado ao volante do Honda Fit placa PG22G27, assumindo “deliberadamente o risco de produzir o resultado morte das vítimas”, Gabriel Graciliano demonstrou “ indiferença e desprezo pela vida” , pois não manifestou “tristeza ou arrependimento” pelo atropelamento. “ A indiferença do denunciado após a causação do resultado apenas reforça o dolo eventual”, escreveu o promotor Bruno Miquelão Gottardi, baseado em testemunhas do atropelamento.
O MPPE defende a manutenção da prisão preventiva do estudante. “A frieza e a ausência de remorso atestadas pelas testemunhas após o fato são elementos concretos que demonstram a periculosidade social do agente e a probabilidade de reiteração criminosa, justificando a prisão como forma de acautelar o meio social e evitar a banalização da vida”, pontua a denúncia.

Além de Alex Nunes Viana Bezerra, o MPPE arrola outras vítimas: o mototaxista Rafael Santos Silva, que sofreu ferimentos no braço e na perna esquerdas, e João Paulo Farias de Souza, que trabalhava na montagem do palco no Segundo Jardim, junto com Alex, e escapou por um triz de também não ser atropelado, ao conseguir se esquivar do carro desgovernado.
Na denúncia, o MPPE propõe ainda indenização por danos morais de R$ 1 milhão à mãe de Alex Nunes, Cláudia Nunes da Rocha, que iria ganhar uma geladeira de presente do filho pelas horas extras trabalhadas na montagem do palco, e pensão mensal no valor de 2/3 da remuneração de Alex Nunes no momento do crime até que completasse 70 anos.
O estudante está preso desde o dia 29 de novembro no Cotel, centro de detenção provisória em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife. O impacto foi de tal forma violento que decepou uma perna da vítima. Gabriel Graciliano quase foi linchado por frequentadores do Restaurante Seu Tito, próximo ao acidente, e se negou a fazer o teste do bafômetro.







