Do G1 — Uma multidão participou, nesta quinta (17), do enterro do presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar de Pernambuco (ACS-PE), Albérisson Carlos da Silva, de 50 anos. Ele foi assassinado a tiros, na quarta (16), na saída da sede da entidade, na Madalena, na Zona Oeste do Recife. “Não tem explicação”, declarou o filho dele, Albérisson Júnior, durante o velório.
O crime será apurado pelo coordenador da Força-Tarefa de Homicídios do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Sérgio Ricardo, e por Paulo Dias, titular da Segunda Delegacia de Homicídios (DPH).
O enterro aconteceu no fim da tarde, no Cemitério Parque das Flores, na Zona Oeste do Recife. Os colegas de farda de Albérisson acompanharam a chegada do caixão e gritaram palavras de ordem, como “força e honra”.
O velório estava marcado para começar às 9h, mas o atraso na liberação do corpo permitiu que a cerimônia tivesse início às 14h.
Estiveram na Associação militares, associados, funcionários da entidade, além de representantes das entidades de segurança pública de outros estados.
Em entrevista à TV Globo, o filho de Albérrison Carlos, Albérisson Júnior afirmou que a mãe dele, que presenciou o assassinato, está muito abalada. “Ela mal consegue falar só está chorando”, disse.
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Júnior afirmou que a família “nunca imaginou que algo desse tipo pudesse acontecer”. “Meu pai é um cara bom nunca fez mal a ninguém. Acho que hoje toda a polícia bombeiros e segurança pública perdem a maior liderança que já houve na história”, declarou.
Albérisson foi morto a cerca de 300 metros da sede da Associação dos Cabos e Soldados de Pernambuco, na Rua Ricardo Salazar, na Madalena, na Zona Oeste do Recife.
Por volta das 18h30 de quarta, ele saiu da entidade para buscar o carro, para voltar para casa, no distrito de Aldeia, em Camaragibe, na Região Metropolitana.
Foi aí que ele foi morto a tiros pelos criminosos, que o atingiram com ao menos cinco disparos. Os homens estariam num carro preto quando atiraram contra a vítima. Albérisson foi levado para o Hospital da Restauração, no Centro do Recife, mas não resistiu e morreu.
Até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso pelas forças de segurança de Pernambuco por suspeita de envolvimento na morte de Albérisson.
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A SDS também não informou se já sabe a motivação do crime. No entanto, PMs que não se identificaram informaram que se tratou de uma execução, já que ele não teve o carro, nem outros pertences roubados, o que faria com que a hipótese de latrocínio ser menos provável.
A associação solicitou proteção policial para a mulher de Albérisson, já que ela foi testemunha do crime. O governo do estado não se pronunciou sobre esse pedido.
Líder de “operação padrão” da Polícia Militar de Pernambuco, Albérisson Carlos ficou conhecido por fazer duras críticas ao governo e foi expulso da PM em 2017 , com o vice da associação, Nadelson Leite.
Os dois encabeçavam o movimento da categoria quando policiais abandonaram o Programa de Jornadas Extras (PJEs) e iniciaram a operação padrão, no fim de 2016.

Os dois chegaram a ser presos durante uma assembleia da categoria. Na época, as associações de classe reivindicavam aumento salarial e melhorias nas condições de trabalho.
Devido a operação desencadeada pelos policiais, as Forças Armadas foram acionadas e reforçaram a segurança de Pernambuco até o começo de 2017.
A portaria de exclusão apontava que os Albérisson Carlos e Nadelson Leite respondiam a inquérito militar por “tecerem críticas ao Secretário de Defesa Social e comentários desonrosos ao governador do estado, em vídeos divulgados nas redes sociais”.
Albérisson Carlos entrou na política e foi candidato a deputado federal, em 2018. Ele não se elegeu. Em 2020, tentou uma vaga para vereador do Recife e ficou na suplência.







