Com informações da assessoria de imprensa — O Museu do Homem do Nordeste (Muhne), equipamento cultural da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) está instalando o sistema de combate a incêndio e de acessibilidade.
O plano de prevenção e combate a incêndios está sendo implantado nos edifícios Gil Maranhão, sede do Muhne, e Saturnino Gonçalves, onde fica o setor administrativo e a reserva técnica, ambos no campus Casa Forte da Fundaj. O Museu tem um acervo de 15 mil peças, sendo mil na exposição permanente e as outras 14 mil guardadas na reserva técnica.

“Deixar o museu tecnicamente adequado tanto na questão da prevenção e combate a incêndios como da acessibilidade é uma vitória. Todo museu tem esse sonho. O Muhne segue sempre em busca de novas conquistas. Todos os quesitos legais serão cumpridos para garantir a segurança do acervo e do público”, ressalta o coordenador-geral do Muhne, Frederico Almeida. Ele atesta que o plano de combate a incêndio tem a aprovação do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco.
Além do sistema de prevenção e combate a incêndios, a adequação do Museu do Homem do Nordeste visando à acessibilidade universal é uma importante ação para garantir o direito de todos e todas ao acesso a ambientes mais acolhedores e inclusivos. “A partir da compreensão de que a sociedade é composta por pessoas em diferentes condições e com necessidades variadas, estamos trabalhando a questão da acessibilidade de uma maneira geral, seja física, sensorial ou de atitude. Iremos elaborar maquetes eletrônicas, réplicas das peças para que as pessoas possam senti-las e audiodescrição em todo o circuito do museu, além de treinamentos de libras para os/as monitores/as”, afirmou Almeida.
O sistema de prevenção inclui sinalizações de rotas de fuga, sensores de fumaça, caixas d’água e mangueiras. Para a realização das obras no Edifício Gil Maranhão, a exposição de longa duração do Muhne foi desmontada, peças foram transferidas para a reserva técnica e painéis e vitrines do local receberam proteção especial.
“Na segunda quinzena do mês de julho, iniciamos os trabalhos de desmontagem da exposição tomando todos os cuidados necessários. Nessa primeira parte, vamos instalar a caixa d’água de 25 mil litros, as mangueiras e os detectores de fumaça”, explica o coordenador de Museologia do Muhne, Albino Oliveira.

Segundo Oliveira, a instalação no Edifício Saturnino Gonçalves será mais minuciosa. Para a realização da instalação hidráulica para o sistema de sprinkler e colocação dos sensores de fumaça, as peças da reserva técnica, composta por nove salas, serão deslocadas antes do início das obras. “Vamos retirar todas as peças do espaço. será um trabalho minucioso que requer muita atenção e cuidado porque envolve boa parte do acervo do museu, mas a readequação é necessária”, destaca o coordenador.
A implantação do plano de prevenção e combate a incêndio do Muhne evitará casos, como o ocorrido no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em setembro de 2018. O incêndio de grandes proporções que destruiu quase a totalidade do acervo histórico e científico construído ao longo de 200s anos e que abrangia cerca de 20 milhões de itens catalogados. Além do acervo, o edifício histórico que abrigava o Museu, antiga residência oficial dos Imperadores do Brasil, foi danificado com rachaduras, desabamento da cobertura e queda de lajes internas.
O incêndio que comprometeu em grandes proporções o acervo do bicentenário Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em setembro de 2018, expôs os perigos de fogo, infiltração e inundação em museus do país. Em novembro de 2015, a Organização das nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) havia estabelecido entre as funções primárias dos museus a preservação do patrimônio, incluindo “a análise de risco e o desenvolvimento de capacidades de prevenção e de planos de emergência”
Reabertura
Devido às intervenções, o Muhne reabrirá parcialmente à medida que as instalações dos sistemas forem avançando. Para isso a coordenação-geral do Museu do Homem do Nordeste está montado um plano de reabertura com os cuidados exigidos pela pandemia do Coronavírus A meta é reabrir o espaço expositivo até dezembro.