As mensagens e imagens do celular de Cid foram obtidas com exclusividade pela coluna. Procurado, Wajngarten não quis comentar o teor dos diálogos. A defesa de Mauro Cid disse que “não tinha nada a declarar”.
A mensagem foi enviada um dia antes do depoimento de Cid para a PF no inquérito que apura o desvio das joias sauditas presenteadas à Presidência da República.
Na ocasião, 5 de abril, ele declarou que buscar presentes recebidos pelo então presidente era algo “normal”, “corriqueiro”, na Ajudância de Ordens da Presidência.
Nos autos da investigação é descrito que “no dia 02/04/2023, Mauro Cid e Frederick Wassef se encontraram na cidade de São Paulo, momento em que a posse do relógio passou para Mauro Cid , que retornou para Brasília/DF na mesma data, entregando o bem para Osmar Crivelatti, assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro”, afirma o documento.
Cid, porém, não menciona o encontro com Wassef ou mesmo a operação para recomprar o Rolex nas mensagens que troca com Wajngarten. Preso desde 3 de maio, o militar também é suspeito de adulterar cartões de vacina contra Covid.
Em nota à imprensa, Wassef chegou a admitir que telefonou para Bolsonaro e foi autorizado por ele a falar publicamente sobre o caso das joias.
A PF verificou que Wassef viajou no dia 11 de março e retornou no dia 29. Os policiais ainda conseguiram um recibo de recompra do relógio onde consta o nome do advogado.