Por Luiz Roberto Marinho — A Neonergia não se manifestou até agora sobre a ação de indenização contra ela ajuizada na 8ª Vara Cível pela família do jovem Juan Pablo da Silva Melo, de 21 anos, morto por choque elétrico no último dia 5 de fevereiro, durante o temporal que inundou a Região Metropolitana do Recife. Passado mais de um mês da morte, sequer houve qualquer contato da empresa, denuncia a família.
Juan Pablo caminhava numa área alagada na Rua Dom Bosco, no centro do Recife. O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) diz que ele morreu por eletroplessão, termo técnico usado para explicar uma morte ocorrida em consequência de descarga elétrica acidental. A família reinvindica na 8ª Vara Cível indenização pela morte do jovem.
Segundo a família de Juan, o rapaz saiu de casa na manhã do dia 5 de fevereiro para ir a um curso de informática, mas não conseguiu entrar na escola porque a rua estava alagada e a aula tinha sido cancelada. Quando levou o choque elétrico estava tentando voltar para casa, no bairro do Pina, na Zona Sul.

A mãe de Juan, a autônoma Eliene Maria da Silva, explicou que o filho saiu perto das 7h20 e, um pouco antes das 8h, telefonou para dizer que estava perto da escola, mas não conseguia entrar porque o local estava cheio de água.
A Neoenergia informou na ocasião que desligou a energia no local imediatamente após receber, do Samu, a informação sobre o choque elétrico. Segundo a empresa, técnicos da concessionária foram enviados ao local e constataram que não havia problemas com a rede elétrica.
Outras seis pessoas morreram no temporal, duas das quais também por choque elétrico. Empresa do grupo espanhol Iberdrola, a Neoenergia, muito criticada pela má qualidade dos serviços, é concessionária de energia elétrica em Pernambuco e em outros cinco estados.
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