Da Redação do Blog – Na guerra para aprovar a Reforma Tributária, que deve ser votada ainda nesta quinta (6), na Câmara dos Deputados, o governo Lula (PT) partiu para o ataque para assegurar o apoio do Centrão. Como não seria possível atrair parlamentares apenas na base da conversa de “pé de ouvido”, houve recorde de liberação de emendas em um dia, a “bagatela” de R$ 2,1 bilhões. Um levantamento feito pelo Poder 360 mostra que o PL, de Jair Bolsonaro, e PP, do presidente da Casa, Artur Lira, ficaram com as fatias mais generosas desse bolo, somando mais de R$ 425 milhões. Tudo em nome da “reciprocidade”. Ou seja, é dar para poder receber.
Essa tática de usar o rolo compressor pode ajudar o governo petista a consolidar os números necessários para vencer a parada. É preciso somar 308 votos para aprovar a reforma. A Câmara tem 513 deputados. Pelas normas vigentes, a Emenda Constitucional requer três quintos do plenário para poder passar.
Na quarta (5), chegou ao Legislativo um pedido parar retirar a reforma da pauta de votação. Como numa prévia do que estar por vir, o governo ganhou o embate, mas de forma apertada. Essa votação mostrou que, para não “morrer na praia” , PT e aliados terão que contar com o reforço do Centrão, nem que seja na base da velha e boa “reciprocidade”.
Na quarta de noite, a fórmula parece ter surtido o efeito esperado. Deputados do PP e do PL, juntos, deram 38 votos para não retirar a tributária da pauta. Foram 32 da legenda comandada por Artur Lira e seis, do pessoal ligado ao ex-presidente Bolsonaro.
Como Lira já disse que vai “ honrar” os compromisso assumidos para aprovar a reforma, resta saber se o governo conseguirá dobrar o PL. Aí, entra em cena o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, que nem é do PL, mas promete fazer o meio campo como Bolsonaro, de quem foi ministro, para poder chegar a um “bom acerto”.
Tarcísio é do Republicanos, que também transita no Centrão. A legenda está fora da base de apoio do governo Lula, mas entrou de cabeça na briga para aprovar a reforma. Na quarta, foram 28 votos de deputados da sigla para derrubar o requerimento que defendia retirar a proposta da pauta. Caso o Republicanos consiga fechar em torno do apoio na votação da reforma, seriam 41 votos garantidos para o governo. Um resultado bem melhor do que no embate prévio, do requerimento, na noite de quarta, quando o partido entregou 28 votos.
E por falar em Republicanos, o partido ficou com 26,9 milhões no ranking de liberação de emendas, esta semana. Aprece em oitavo lugar na relação de contemplados.
Também receberam boas quantias do governo Lula o PSDB e o União Brasil ( R$ 53 milhões, cada), Novo (R$ 36,5 milhões), PTB (R$ 31 milhões) e MDB (28 milhões). A título de comparativo, o PT, que não precisa de “incentivo” para votar a favor, ganhou modestos R$ 8 milhões.