Da Redação do Blog — A nova administradora da Ilha de Fernando de Noronha, Thallyta Figueirôa, está com boa vontade para resolver os problemas do Arquipélago, mas apenas isso não basta. A população quer medidas concretas e uma maior celeridade nas tomadas de ações. São quase 90 dias de gestão e nem a própria equipe a gestora conseguiu formar.
Ao nosso Blog tem chegado uma série de reclamações referentes à problemas herdados da antiga gestão, que vão desde a inércia da Administração em relação às construções das obras acusadas de irregularidades, até a dificuldade em resolver a questão do Aeroporto da Ilha, parcialmente interditado desde o fim do ano passado.
O decreto que proibiu novas emissões de TPUs (Termo de Permissão de Uso de Solo) em virtude da necessidade de maior apuração, não atingiu, contudo, as permissões já expedidas e acusadas de irregularidades.
É o caso da “mansão” sendo construída pela jornalista do G1, Ana Clara Marinho, na região privilegiada do Boldró, junto com outros nomes carimbados da Ilha, inclusive membros do Conselho Distrital.
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Além disso, a carência de salva-vidas na Ilha, que voltou a ser pauta após o afogamento de um turista no último sábado (19), teve sua resolução travada pela nova gestão.
A Promotoria de Justiça de Fernando de Noronha informou, em nota ao Blog, que expediu e encaminhou à Administração, um ofício propondo o estudo aprofundado dos riscos à banhistas, assim como medidas mitigatórias a esses riscos, para ser feito em conjunto com a CPRH e a concessionária responsável pelo Parque, Econoronha.
A Administração, no entanto, solicitou o adiamento do prazo de resposta ao Ministério Público, alegando estar “tomando ciência da matéria, visando a estruturação de um relatório satisfatório aos questionamentos apresentados por essa Promotoria de Justiça”.
Faltou celeridade na ação, que não foi capaz de impedir a tragédia do último final de semana.

Problemas no Aeroporto da Ilha
Desde novembro de 2022, quando a pista de pouso do Aeroporto de Fernando de Noronha foi interditada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Arquipélago tem sido prejudicado com a diminuição no número de turistas.
A Anac alegou, na época, que desgastes no pavimento da pista causavam risco aos aviões e por isso proibiu o pouso de aeronaves com motores à reação. A antiga Administração da Ilha, acusada de uma série de irregularidades, em conluio com o antigo Governador, Paulo Câmara, realizaram o serviço de reparo.
No entanto, após avaliação, a Anac informou que o serviço foi mal feito e, por isso, a suspensão dos voos permanece vigente. Com a proibição, a GOL encerrou as atividades na Ilha e hoje apenas a Azul opera por lá, com número de viagens reduzido e aviões menores.