Do Estadão – Na mesma semana em que uma reunião da cúpula do PT terminou com lavação de roupa suja entre tradicionais lideranças, uma das estrelas da nova geração do partido foi recebida discretamente no Palácio do Planalto. Enquanto um dos episódios é fruto do crítico desempenho eleitoral nas urnas no último mês, o segundo aponta para o espaço que a juventude petista luta para cavar.
Na segunda-feira, 28, dirigentes como Gleisi Hoffmann e Jilmar Tatto rebateram a portas fechadas uma declaração do ministro das Relações Institucionais do governo federal, Alexandre Padilha, para quem o PT havia amargado a “zona de rebaixamento” na disputa pelas prefeituras. O encontro foi marcado por duras cobranças a respeito da necessidade de um “reposicionamento” do partido após derrotas sofridas nas eleições municipais.
Três dias depois, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu uma das estrelas da nova geração do partido,Pedro Rousseff, sobrinho-neto da ex-presidente Dilma Rousseff. Aos 24 anos, ele foi eleito o sexto vereador mais votado (17,6 mil) em Belo Horizonte – cidade que viu surgir dois prodígios do bolsonarismo, Nikolas Ferreira e Bruno Engler –, e se encontra agora num seleto grupo de jovens petistas saídos vitoriosos das urnas.
As novas lideranças do PT veem o pleito como um “sinal amarelo” para 2026, querem mais espaço para acelerar a renovação tímida pela qual a sigla tem passado nas últimas décadas – o partido elegeu seis vereadores com até 30 anos nas capitais brasileiras, menos que os bolsonaristas. E também defendem uma conexão direta com as novas formas de trabalho, precisamente as informais, como motoristas de aplicativo e os empreendedores individuais, os MEIs.
Três dias depois, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu uma das estrelas da nova geração do partido, Pedro Rousseff, sobrinho-neto da ex-presidente Dilma Rousseff. Aos 24 anos, ele foi eleito o sexto vereador mais votado (17,6 mil) em Belo Horizonte – cidade que viu surgir dois prodígios do bolsonarismo, Nikolas Ferreira e Bruno Engler –, e se encontra agora num seleto grupo de jovens petistas saídos vitoriosos das urnas.

As novas lideranças do PT veem o pleito como um “sinal amarelo” para 2026, querem mais espaço para acelerar a renovação tímida pela qual a sigla tem passado nas últimas décadas – o partido elegeu seis vereadores com até 30 anos nas capitais brasileiras, menos que os bolsonaristas. E também defendem uma conexão direta com as novas formas de trabalho, precisamente as informais, como motoristas de aplicativo e os empreendedores individuais, os MEIs.
Apesar do objetivo em comum, as novas lideranças têm conclusões diferentes sobre o tratamento que deve ser dado às demandas voltadas às identidades, especialmente de gênero, raça e sexualidade (chamadas de pautas “woke”, no inglês). Pedro diz se tratar de uma pauta importada dos Estados Unidos, e que a esquerda brasileira deveria se dedicar mais aos “empreendedores individuais”.
“Estamos preocupados agora é com 2026. Nosso discurso não tem que mudar à direita, mas ser direcionado às demandas que a população precisa. Falar sobre pautas identitárias, o movimento woke, isso tem que ser remodelado. O PT tem que voltar ao que era antes: falar sobre emprego, renda, transporte, meio ambiente, empreendedorismo social”, diz ele.
O tema tem se tornado uma casca de banana para a esquerda, e usado de munição pela extrema direita. Na campanha à Prefeitura de São Paulo, bolsonaristas miraram a esquerda com deboches e ataques após o hino nacional em linguagem neutra ser tocado durante um comício de Guilherme Boulos (PSOL). O então candidato Pablo Marçal (PRTB) apelidou-o de “Boules”. Já Lucas Pavanatto (PL) elegeu-se o vereador mais votado do Brasil com 26 anos e 161,4 mil votos após uma campanha anti-trans na capital paulista.









