Da Redação do Blog – Pelo menos 60 pessoas morreram, incluindo 4 policiais, e 81 foram presas em uma megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro. A operação, considerada a mais letal da história do estado, desencadeou represálias em várias partes da cidade, com barricadas formadas em locais como a Linha Amarela e no Méier. A ação continuava, com novos relatos de baleados.
O policial civil Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, 51 anos, conhecido entre colegas como Máskara, foi baleado e morto durante a megaoperação. Ele era chefe da 53ª Delegacia de Polícia (Mesquita) e estava entre os 2,5 mil agentes mobilizados na ação, que buscava conter o avanço territorial do Comando Vermelho e prender chefes do tráfico do Rio e de outros estados.
A Operação Contenção, iniciativa do governo do estado para combater o CV no Rio, resultou em confronto violento entre traficantes e a polícia, com cerca de 200 disparos registrados. O Centro de Operações elevou o nível de segurança e a PM acionou todo o efetivo.
Quatro policiais foram mortos, além de 20 traficantes. A operação mobilizou 2.500 agentes para cumprir 100 mandados de prisão, com criminosos utilizando drones e fugindo em grupo. O balanço parcial indica 56 mortos, 81 prisões e apreensão de armas e motos. Escolas e postos de saúde ficaram fechados.
Prisão de líder
Enquanto a coletiva de imprensa era realizada, o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, recebeu a informação de que o traficante Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como “Belão do Quintugo”, foi preso durante a operação.
Ele é considerado o braço direito de Edgard Alves de Andrade, o Doca, apontado como uma das principais lideranças do Comando Vermelho (CV) na região.
O criminoso é chefe do Morro do Quitungo, também na Penha, e responde por uma série de ações criminosas ligadas a tráfico de drogas, comércio de armas e confrontos com quadrilhas rivais.
Participaram da coletiva também os secretários da Segurança Pública do Rio, Victor dos Santos, e da Polícia Militar, Marcelo de Menezes.
Operação contenção
A ação foi deflagrada para cumprir 51 mandados de prisão contra traficantes que atuam no Complexo da Penha. A ação conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core/PCERJ) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope/PMERJ).
Ao todo, o Gaeco (MPRJ) denunciou 67 pessoas pelo crime de associação para o tráfico, e três homens também foram denunciados por tortura.
De acordo com o Ministério Público, por estar localizado próximo a vias expressas e ser ponto estratégico para o escoamento de drogas e armamentos, o complexo de favelas se tornou uma das principais bases do projeto expansionista da facção criminosa, especialmente em comunidades da região de Jacarepaguá.
O denunciado Edgar Alves de Andrade, o Doca, é apontado como a principal liderança do Comando Vermelho no Complexo da Penha e em outras comunidades da zona oeste, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento — algumas recentemente conquistadas pela milícia.
Segundo a denúncia, também exercem liderança na associação criminosa Pedro Paulo Guedes, conhecido como Pedro Bala; Carlos Costa Neves, o Gadernal; e Washington Cesar Braga da Silva, o Grandão. Eles emitem ordens sobre a comercialização de drogas, determinam as escalas dos criminosos nas bocas de fumo e nos pontos de monitoramento, e ordenam a execução de indivíduos que contrariem seus interesses.
Além deles, foram denunciados 15 homens que exercem funções de gerência do tráfico, responsáveis pela contabilidade, pelo abastecimento e por outras funções. Os outros denunciados, segundo a ação penal, atuavam como “soldados”, realizando o monitoramento e a segurança armada. A denúncia foi recebida e os mandados foram expedidos pelo Juízo da 42ª Vara Criminal da Capital.









