Por Ricardo Antunes — Os riscos provocados pela tragédia da pandemia no Brasil já acenderam o sinal vermelho nos nossos vizinhos ao Sul.
Os argentinos consideram que a situação sanitária do Brasil é um perigo para a população de lá. “Aqui morrem 150, 200 pessoas por dia. As pessoas estão nas ruas, os shoppings continuam lotados e as aulas recomeçaram. Mas estamos com medo de que aconteça por aqui o que está ocorrendo no Brasil, que se descontrolou”, relatam programas de TV argentinos.
Infelizmente, nosso país passou a ser visto como um pária internacional. O Presidente Bolsonaro tem se mostrado incapaz de liderar o combate à pandemia e o Brasil hoje representa uma ameaça à saúde das nações vizinhas, e até das mais distantes, com o surgimento de novas cepas do coronavírus, que se alastram por outros países.
PROFISSIONAL I
O apelo de Lula a Joe Biden, com certeza, é a grande notícia do dia. Se não fosse político, Lula seria um grande ator de sucesso no cinema ou nas novelas do horário nobre. Na verdade, o político é um artista. O artista maior da arte da política.

PROFISSIONAL II
Recordo que no seu mandato presidencial, Lula andou aconselhando George W. Bush sobre acabar o mais rápido possível com a crise econômica nos EUA. Fala-se que Bush achou engraçado e quase morreu de tanto rir.
ENQUANTO ISSO
Ninguém teve essa ideia no governo Bolsonaro. O chanceler Ernesto Araújo, quando não participa de atos políticos para aplaudir o Presidente Bolsonaro ou se ocupa da guerra ideológica contra “o comunismo”, cumpre seus afazeres burocráticos no Itamaraty. Parece que falta tempo e, acima de tudo, ideias para o Brasil ocupar positivamente um espaço no cenário e na mídia internacional.
EM ALTA
O Senador Rodrigo Pacheco tem certa razão na frase “a história julgará Bolsonaro”. Penso que a história precisará fazer um estudo profundo do comportamento do povo e de suas elites. Pela frase de omissão e de lavar as mãos na tragédia que vivemos, incluo o próprio Rodrigo Pacheco, como presidente de um poder que tem a obrigação de agir.

COLAPSO
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou nesta terça-feira (16) que o Brasil passa pelo “maior colapso sanitário e hospitalar da história”. O monitoramento divulgado pela instituição aponta que 24 estados e o Distrito Federal estão com taxas de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Sistema Único de Saúde (SUS) iguais ou superiores a 80%.
A CULPA
Na pesquisa DataFolha divulgada nesta quarta (17), 42% dos entrevistados, responderam que o presidente deveria ser o principal responsável por combater a pandemia no país. 20% acham que isso deveriam ser papel dos governadores e 17%, dos prefeitos. Alerta vermelho.
O MOTIVO
Economistas avaliam que o aumento dos juros, feito pelo BC, está relacionado à disparada da inflação de alimentos, combustíveis e dólar, somada a um cenário de tensão política, fraco ritmo de vacinação e a dificuldades em conter o aumento de gastos públicos.
O MOTIVO II
No comunicado desta quarta-feira, o Copom afirma que, apesar da pressão inflacionária de curto prazo se revelar mais “forte e persistente” que o esperado, o comitê mantém o diagnóstico de que “os choques atuais são temporários”.
FOTO DO DIA:
Frase “luto, 280 mil mortos” é projetada na sede do Ministério da Saúde, em Brasília

Coluna do Ricardo Antunes, Quarta-Feira, 17/03/2021.
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*Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelo principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.