Da Redação do Blog — Na Retrospectiva de 2025, relembramos as matérias do blog que mais impactaram o debate público em Pernambuco e no Brasil. A primeira da série, foi publicada originalmente em 10 de janeiro, e escancarou a relação entre dinheiro público, investigações de corrupção e decisões políticas controversas.
Preso desde 18 de dezembro por denúncias de corrupção, o empresário Sebastião Figueiroa recebeu R$ 6,8 milhões da Prefeitura do Recife, já sob a gestão João Campos (PSB). O pagamento foi feito em 27 de dezembro, quando ele estava detido no Cotel, em Abreu e Lima. Um escândalo ignorado pela maior parte da mídia local.
O valor decorre de um acordo extrajudicial com a empresa AJS Comércio e Representações Ltda., ligada ao grupo econômico de Figueiroa, para quitar a compra de 350 mil aventais descartáveis adquiridos na pandemia, em 2020, durante a gestão Geraldo Julio (PSB).
A compra, feita sem licitação, foi alvo da Operação Casa de Papel (PF) e da Operação Ripstop (Polícia Civil). Relatório do TCE-PE apontou superfaturamento e burla no processo, embora a auditoria tenha sido julgada regular com ressalvas.
Em 17 de fevereiro, Figueiroa foi solto após decisão monocrática do ministro Joel Ilan, do STJ, tomada no dia anterior. A libertação foi comemorada como uma vitória do advogado Nabor Bulhões, um dos mais respeitados criminalistas do país.
Mesmo com investigações e prisões, a gestão municipal manteve o acordo, prevendo duas parcelas de R$ 3,4 milhões.




