Por Ricardo Antunes – A semana terminou com uma troca de acusações direta entre a governadora Raquel Lyra (PSD) e a gestão da Prefeitura do Recife, comandada por seu virtual adversário, João Campos (PSB). Enquanto isso, a população fica sem creches — e por culpa de ambos, é bom dizer.
A governadora acusou diretamente a gestão municipal de não ter indicado terrenos para a construção de creches no Recife, que seriam feitas pelo Governo do Estado. Em nota, a administração de João Campos alegou que a informação não procede. Um dos dois está mentindo.
A Prefeitura do Recife afirma que a Secretaria de Educação do município encaminhou, em agosto de 2023, dez ofícios à pasta estadual, indicando terrenos para a implantação de dez unidades de educação infantil. Os terrenos, segundo a prefeitura, estariam ociosos e ficam próximos a escolas estaduais, o que facilitaria a execução das obras.
Aí começa a burocracia — e a mesquinharia. O Estado, por óbvio, não quer ceder seus terrenos e vai alegar que o município deveria indicar espaços da própria administração, e não da esfera estadual. Esse procedimento foi adotado para os demais municípios. Caso contrário, é o famoso “sambarilove”, fruto da soberba socialista: querem a obra toda de graça, sem ceder um terreno.
Se houvesse harmonia entre as gestões, a costura seria fácil. Aliás, nem embaraço público haveria. Mas trata-se apenas de grupos que querem o poder, e as obras e ações viram mero rame-rame político.
O povo não merece passar por isso — ou talvez mereça, já que votou nas duas gestões e, pelo visto, vai ter que escolher, daqui a um ano, o lado menos mesquinho.









