Por Juca Kifouri, Colunista do UOL – O jornalista Paulo Cezar de Andrade Prado, do Blog do Paulinho, conhece o presídio de Tremembé, nova residência de Robinho pelos próximos anos.
Esteve lá, injusta e absurdamente, condenado por crimes de opinião tempos atrás.
É dele o seguinte relato:
“No início da madrugada, após o exame de corpo de delito, realizado ainda em São Paulo, em que o preso permanece nu diante de uma médica do Estado para verificação de possíveis violências sofridas quando de sua prisão, Robinho foi recebido em Tremembé.
No mesmo instante, vestiu o uniforme da prisão e recebeu os kits que carregará por todo o período em que permanecer encarcerado (roupas, lençóis, objetos de higiene, uma caneca e uma colher azuis, além da lâmina de espuma utilizada como colchão).
Após aguardar alguns minutos numa pequena cela, Robinho foi levado a uma solitária, em ‘regime de observação’, no qual dividirá os próximos dez dias com pernilongos (muitos) e um cano de água fria, utilizado, ao mesmo tempo, para tomar banho e lavar os utensílios de refeição.

Hoje, às 05h40, foi acordado pelo barulho dos guardas conferindo as grades das celas; pouco após, um dos presos levou-lhe um copo de café, outro de leite e um pão.
Às 11h, almoçará (novamente servido pelo preso que trabalha no setor); as próximas refeições ocorrerão às 14h (café da tarde) e às 16h30 (jantar).
Passados dez dias, o estuprador será levado à cela que servirá de residência pelos próximos três anos e meio.
Daí, a rotina muda um pouco.
Serão quatro ou cinco pessoas num espaço reduzido dividindo péssimas condições de higiene; o banheiro contém chuveiro frio.
As refeições seguirão servidas nos mesmos horários.
Na hora e meia de sol disponível, Robinho, se desejar, sairá a uma espécie de pátio em que poderá interagir com os demais presos, utilizar uma ‘academia’ improvisada com pedras e garrafas pet cheias de água ou se arriscar num campinho de futebol.
Se optar por trabalhar, reduzirá a pena final em alguns meses.
Trabalhar, no caso, significa capinagem, cozinha, horta, etc.
Robinho poderá ser visitado, semanalmente, por familiares – que terá que indicar previamente, além de, diariamente, por advogados.
No semiaberto a alteração principal é que as celas se tornam galpões que recebem até 70 presos, com mais liberdade de circulação dentro do presídio.
O banho passa a ser quente.
A saidinha é a ‘Terra Prometida’; se acabar, o castigo será mais árduo.
O calor de Tremembé, em celas com as características que enfrentará (principalmente no semiaberto), é infernal; o frio, também”.