Por Ricardo Antunes — As divergências entre o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, e integrantes da comissão, especialmente o chamado G7, adiaram a leitura do relatório para a próxima semana. Os colegas do senador alagoano não gostaram do vazamento de trechos do documento e o acusam de não ter combinado com eles o conteúdo geral. O presidente, Omar Aziz, soltou o verbo: “Ninguém é dono da verdade” para impor um relatório aos outros senadores, disse. Aziz questiona a acusação de genocídio ao presidente Bolsonaro, que Renan quer incluir no relatório.
O senador Humberto Costa, que faz parte do G7, também protestou: “Tudo o que o Brasil não deseja, não espera e não aceita, é que esta CPI, depois de ter dado contribuição histórica ao país, termine com uma disputa de vaidades”, afirmou.
A CPI tem provas consideradas irrefutáveis de crimes cometidos pelo Governo Federal durante o combate à pandemia. Se isso vai dar ou não em pizza, é outra história. É preciso que o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, denuncie Bolsonaro e/ou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, abra um processo de impeachment contra ele, responsabilizando-o por esses crimes.
Aras ainda sonha com uma vaga no STF e é lá que o Centrão quer vê-lo. Por isso mesmo, a indicação de André Mendonça está emperrada no Senado. Aras, portanto, não tem motivo para desagradar o Centrão nem Bolsonaro. Agora, se André Mendonça for confirmado, o Procurador-Geral vai se sentir desobrigado de se manter fiel ao presidente.
Arthur Lira comanda o tal do orçamento paralelo, que garante verbas públicas para os apaniguados do poder investirem em seus redutos eleitorais. Enquanto essa grana estiver garantida, é difícil imaginar abertura de processo de impeachment e, no limite, votos favoráveis à queda de Bolsonaro.
O relatório final, seu impacto na opinião pública e suas consequências nas relações de poder mostrarão o tamanho da pizza que Aras e Lira têm como levar ao forno. Ou não.
PREOCUPAÇÃO
A fome tem sido uma das pautas dos protestos que começaram a “pipocar” no país. Pensando nisso, a cúpula da Câmara dos Deputados está preocupada com eventual aumento no radicalismo político.

PROTEÇÃO
A Casa vai fazer pregão para contratar serviço de instalação de grades de proteção para protegê-la em protestos durante 2022. Que é ano eleitoral.
FAKE
Falando nisso, o Tribunal Superior Eleitoral pautou para amanhã (19) uma ação em que a Corte discutirá sobre possíveis consequências para políticos que propagarem fake news sobre as urnas e o processo eleitoral no Brasil. Será a primeira vez que o tribunal julgará um caso desse tipo.
NEWS
O caso específico é o do deputado estadual pelo Paraná, Fernando Francischini, que em 2018, fez uma live afirmando que as urnas não estariam permitindo o voto em Jair Bolsonaro. Na ação, o MPF, diz que, o deputado federal, promoveu abuso de poder político e dos meios de comunicação.
VATICANO
O papa Francisco nomeou um brasileiro para academia Pontifícia Academia de ciências sociais. O engenheiro florestal brasileiro Virgilio Maurício Viana ocupa o cargo de superintendente-geral da FAS (Foundation for Amazon Sustainability) e é membro da comissão de Covid-19 da publicação científica The Lancet.

COPA
A Globo perdeu a exclusividade de direitos digitais da Copa do Mundo de 2022, no Qatar.
CONCORRÊNCIA
Youtube, Facebook e TikTok podem se tornar concorrentes do GE na transmissão online do torneio
VITÓRIA
Chico Buarque, finalmente, ganhou o processo contra o Alexandre Frota e um outro contra uma funerária que usou indevidamente aquela famosa imagem dele que virou meme.
APOIO
O compositor, que volta para casa este fim de semana depois de ter operado a coluna, vai doar os valores, cerca de R$ 75 mil, para a campanha de apoio aos músicos organizada pelo 342. O músico é representado pelo advogado João Tancredo.

OPERA +
O governador Paulo Câmara apresentou, nesta segunda os detalhes do Programa de Ampliação de Cirurgias Eletivas em Pernambuco, o Opera +. A iniciativa vai garantir 50 mil cirurgias, além de agilizar as intervenções adiadas por conta do período pandêmico.
INVESTIMENTO
Com um aporte de R$ 81,5 milhões, o programa vai diminuir o tempo de espera para realização dos procedimentos e, consequentemente, evitar complicações secundárias à evolução das doenças.
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