A Polícia Federal deflagrou nesta terça, 24, uma nova fase da Operação Faroeste – investigação sobre esquema de venda de decisões por juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia. Uma desembargadora da Corte e dois advogados são alvos de mandados de prisão temporária.
A Polícia Federal indicou ainda que um do advogados é filho e operador financeiro da magistrada investigada.
A nova etapa da Faroeste foi aberta por ordem do Superior Tribunal de Justiça e faz ainda oito buscas em endereços das cidades de Salvador e Mata de São João, na Bahia, e Rondonópolis, em Mato Grosso.
Desencadeada inicialmente em novembro de 2019, a Faroeste investiga crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de ativos, evasão de divisas, organização criminosa e tráfico influência.
Quatro desembargadores da Corte baiana – incluindo o presidente afastado, Gesivaldo Nascimento Britto – e outras 11 pessoas, dentre elas três juízes, já foram denunciadas pela Procuradoria-Geral da República no âmbito da Faroeste em dezembro.
O Ministério Público Federal acusa os 15 de organização criminosa e lavagem de dinheiro em um esquema no qual houve venda de sentenças para legitimar a posse de terras obtidas por grileiros. A acusação aponta lavagem de R$ 517 milhões e requer o perdimento dos valores.
Seis magistrados denunciados tiveram seus afastamentos prorrogados por mais um ano pela Corte Especial do STJ no dia 5 – os desembargadores Gesivaldo Nascimento Britto, José Olegário Monção Caldas, Maria da Graça Osório Pimentel Leal e Maria do Socorro Barreto Santiago, além dos juízes Sérgio Humberto de Quadros Sampaio e Marivalda Almeida Moutinho.