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Opinião: A epidemia do medo

Ricardo Antunes Por Ricardo Antunes
14/03/2020 - 02:00
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por Alexandre Cunha

Nos últimos dois meses, há uma epidemia se alastrando entre nós: a epidemia do medo. Medo do desconhecido, medo do novo, medo do incerto. É preciso então que fique clara a mensagem de que o novo coronavírus (agora denominado Sars-Cov2) não oferece risco significativo a você ou a seus filhos.

A doença não tem uma fração da gravidade que o imaginário popular percebe. Pode-se então perguntar o porquê de toda essa mobilização de países e da OMS sobre o tema. A razão é que, embora o Sars-Cov2 e a doença provocadas por ele, a covid-19, não sejam um grande problema de saúde individual, eles são um enorme problema de saúde pública. Mas qual a diferença?

Do ponto de vista de saúde pública, as medidas drásticas que vêm sendo tomadas por governos (quarentenas, cancelamento de eventos e aglomerações, fechamento de escolas, planos de contingência) fazem todo sentido. São medidas adequadas e necessárias em alguns cenários. Elas visam diminuir a velocidade com que a epidemia se alastra, de modo que os serviços de saúde consigam absorver toda a demanda.

Sendo um vírus novo, para qual não há vacina ou imunidade prévia de parte da população, o universo de susceptíveis é enorme, o que gera número exponencial de novos casos em um período curto de tempo. Esses novos casos, ao buscarem assistência médica, demandam recursos e pessoal em quantidade que muitas vezes supera a capacidade dos serviços de saúde.

E é exatamente esse o grande risco dessa epidemia: Com serviços superlotados, portadores da minoria de casos graves e mesmo portadores de outras doenças, crônicas inclusive, podem ter seu prognóstico piorado pela lotação dos serviços de saúde com os portadores do novo vírus, ficando incapacitados de atender adequadamente os mais necessitados. O sistema pode entrar em colapso.

Talvez isso explique o número de mortes na Itália, mais de dez vezes acima da média de outros países da Europa. Grande número de casos em curto período de tempo, somado à histeria da população pela percepção irreal de gravidade na maioria dos casos, levam os cidadãos a procurarem desnecessariamente os serviços de saúde. Mortalidade aumentada é o resultado.

Itália tem mais de dez vezes mais mortes por coronavírus que outros países europeus.

Assim, pensando em saúde pública, no sistema como um todo, a OMS, o CDC, o Ministério da Saúde, as Secretarias Estaduais de Saúde e os gestores de hospitais públicos e privados têm todos os motivos para se preocupar. Medidas precisam ser tomadas para que a epidemia venha em prestações, de modo que o sistema suporte esse novo agravo. No Brasil, devemos ter nos próximos meses dezenas de milhares de casos, mas, com gestão adequada dos recursos, essa epidemia pode passar como várias outras pelas quais já passamos.

Já do ponto de vista de saúde individual, isto é, pensando em cada um de nós, no risco que a infecção pelo vírus representa a cada um, pode-se dizer que este é mínimo. Os dados comprovam isso. Basta um mínimo de racionalidade, fugindo da histeria coletiva que toma conta dos jornais e grupos de Whatsapp e encontrando abrigo em dados científicos, para podermos ver o quanto a percepção de risco das pessoas está distorcida.

À medida que a pandemia evolui, conseguimos ver com clareza que esse novo vírus não é muito mais perigoso do que outros vírus respiratórios com que já estamos acostumados, em termos de morbidade e mortalidade, e atinge em especial idosos e pacientes com outros problemas de saúde, exatamente como o Influenza, por exemplo.

Vamos aos fatos: primeiramente, é necessário entender que os dados estatísticos de Wuhan, na China, não refletem a realidade epidemiológica da infecção. Isso ocorre porque, em toda epidemia, no seu início, são notificados somente os casos graves (porque estes que chamam a atenção para um novo problema). Isso constitui um viés de seleção, no qual milhares de pacientes portadores do vírus, assintomáticos ou com sintomas leves, simplesmente não entram nas estatísticas.

Quando se analisam somente os casos internados, ou mesmo somente os que buscaram assistência médica, obviamente a doença parece muito mais grave do que realmente é. Seria como estimar a mortalidade de acidentes automobilísticos analisando somente o desfecho das pessoas internadas em UTI após o acidente.

Sabe-se, por novos estudos, que um terço das infecções pelo Sars-COV2 são absolutamente assintomáticas e que a enorme maioria dos sintomáticos tem uma doença branda, como resfriado comum. Somente pequena parcela tem quadro mais sintomático e os casos graves são, na enorme maioria, em pacientes já debilitados ou com outras doenças.

Hoje, com dados de mortalidade de países que fizeram notificação não só de casos graves, mostram que a mortalidade inicial estimada em 3%-5% na China, na verdade é mais próxima de 0,1%-0,2% e bem menos que isso em crianças e adultos jovens sem comorbidades. Crianças, em especial, parecem ser curiosamente (e felizmente!) um grupo protegido da Covid-19, com mortalidade 0,0% (zero!) mesmo nas coortes de milhares de pacientes da China.

Idosos são o maior grupo de risco para covid-19.

É verdade que idosos são o maior grupo de risco para covid-19. Mas eles são o maior grupo de risco para qualquer infecção e também para qualquer doença não-infecciosa. Na China, até início de fevereiro, 208 idosos acima de 80 anos haviam morrido em decorrência da covid-19, em uma população de 26 milhões de idosos…

No mesmo período, faleceram 150 mil idosos de outras causas quaisquer, portanto a chance de um idoso falecer em decorrência do Sars-COV2 no pico da epidemia e no país mais atingido foi 720 vezes menor do que de falecer de outras causas quaisquer. Se você tem um idoso com mais de 80 anos em casa, a chance deste falecer por covid-19 é muito menor do que ele falecer de outras causas.

Mais alguns números para trazer um pouco de razão ao assunto (números de 9 de março):

– A covid-19 matou 4.000 pessoas em todo o mundo. A Influenza (gripe comum) matou 65 mil pessoas nos Estados Unidos em 2018

– Na Itália, houve 463 mortes por covid-19. Ano passado, houve mais de 700 mortes por dengue no Brasil

– Na Alemanha, no inverno rigoroso, com temperaturas abaixo de 10°C, com população idosa, são atualmente 1.176 casos e dois óbitos, mortalidade menor que 0,2%

– Suécia, Noruega, Bélgica, Áustria, Singapura e Malásia têm somados 1.349 casos e nenhum óbito

Como se pode perceber, não há a menor razão para alarde, para paranoia, para histeria. As autoridades de saúde, essas sim, tem um enorme desafio nas mãos, mas para o cidadão comum, essa é mais uma doença viral.

Quanto às medidas de restrição de viagens, de quarentena, de cancelamento de eventos e aglomerações ou até mesmo fechamento de escolas, o melhor a se fazer é seguir as orientações dos órgãos oficiais (Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde) e da Sociedade Brasileira de Infectologia. Esses órgãos possuem pessoal qualificado para tomar as melhores decisões baseadas em critérios técnicos e no melhor interesse de toda a sociedade.

Uma última consideração: em 11 de março, o governador do Distrito Federal baixou decreto suspendendo as aulas por cinco dias. Tal medida, neste momento epidemiológico, não encontra respaldo em critérios técnicos, não tem nenhum impacto positivo no controle da epidemia e pode inclusive passar à população a impressão de maior gravidade da situação, podendo levar ao aumento de procura aos serviços de saúde e, em última análise, agravar a epidemia.

_________________________

Alexandre Cunha é Médico infectologista do Hospital Sírio Libanês e do Hospital Brasília, é consultor médico do Sabin Medicina Diagnóstica

Tags: ChinaCoronavírusInternacional
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Ricardo Antunes

Ricardo Antunes

Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós-graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelos principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.

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