Por André Beltrão – A nova presidente da OAB-PE, Ingrid Zanella, eleita na segunda-feira (18), ganhou mais pelos erros da oposição do que por seus próprios méritos. Mesmo tendo ela vencido o pleito, a maioria dos advogados de Pernambuco foi contrária à continuidade da atual gestão da entidade.
A oposição somou 42 votos a mais do que os 11.441 obtidos pela situação, juntando-se os votos das duas chapas oposicionistas -10.175 de Almir Reis e 1.308 de Fernando Santos Junior, num total de 11.483 votos, justamente os 42 acima de Ingrid Zanella. Ou seja: metade e um tantinho mais da classe substituiria o atual grupo na condução da OAB-PE.
A divisão da oposição foi crucial para a derrota. Houve tentativas de uma chapa oposicionista única, mas as negociações não prosperaram.
Fernando Santos Junior, presidente da subseção de Caruaru, no Agreste, não abriu mão de sua candidatura, enquanto Almir Reis, por seu lado, não só deixou de estimular a união como acreditava que Fernando Santos Junior tiraria votos de Ingrid, e não dele, em mais um erro crasso da oposição.
Outra falha grave que contribuiu para a derrota foi não ter havido candidaturas oposicionistas suficientes para os comandos das 29 subseções do estado. Não houve candidato da oposição em subseções consideradas estratégicas, como Olinda, Goiana, Garanhuns, Barreiros, Ipojuca.
Resultado da atuação errática da oposição: com Ingrid Zanella, o grupo dela completará 20 anos de comando na OAB-PE e, com isso, nada deve mudar na principal queixa oposicionista – de que não há uma defesa firme das prerrogativas da advogacia. Pernambuco é considerado o único estado em que juiz e desembargador praticamente não recebem advogados e nada é feito para que isso mude.