Por Ricardo Antunes — A candidatura do deputado federal Danilo Cabral para a sucessão ao Governo do Estado não foi recebida com unanimidade dentro da Frente Popular mas, na chamada Oposição, foi o contrário. Isso porque o grupo considera o cenário oportuno para tirar do Palácio o PSB, que está há 16 anos no poder. “Esta é a chance da oposição tomar o poder e o cenário se mostra muito favorável”, avaliou um oposicionista em reserva, referindo-se ao nome de Danilo.
Como até alguns integrantes da base já falaram nos bastidores, Danilo não seria o nome mais forte politicamente falando para a disputa. Diferente do secretário da Casa Civil, Zé Neto, que iniciaria o pleito já com o apoio massivo dos prefeitos do grupo.
Somado à isso, a oposição deverá usar como discurso o fato de o escolhido ser um governador de apenas “quatro anos”, já que o atual prefeito do Recife, João Campos, estará apto a disputar a sucessão de 2026. Considerado o herdeiro político do “clã”, o prefeito do Recife não esconde de ninguém que gostaria de repetir o bisavô, Miguel Arraes, e o pai, Eduardo Campos, que governaram Pernambuco.
“A disputa já começa com a indicação de um candidato que não foi a escolha do próprio governador…”, observa um deputado de oposição, lembrando a velha prática do “corpo mole” de outras disputas.
Na oposição, os nomes colocados como possíveis pré-candidatos são os do prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, e do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (DEM). Anderson e Raquel trabalham em conjunto, unindo forças, desde o ano passado percorrendo todo o Estado e revezando-se em eventos e entrevistas. O acordo inicial é o de que o nome mais forte entre os dois será o cabeça da chapa.
Já Miguel seguirá no pleito com o apoio declarado do ex-juiz e ex-ministro presidenciável, Sérgio Moro. Para este sábado, também está agendado um encontro entre Miguel e Raquel, quando se dará o início do debate sobre as estratégias que serão adotadas pela oposição no primeiro turno, e costuras de apoio para um possível segundo turno.
ESTRATÉGIA
Procurado várias vezes para responder sobre o assunto, o governador do Maranhão, Flávio Dino, nega que Dilma Rousseff será sua suplente na candidatura ao Senado. É provável, no entanto, que algum petista seja convidado para a suplência.

ALIANÇA
Luciano Bivar quer, porque quer, uma aliança entre o MDB e o União Brasil. Não é a toa, segundo o próprio deputado federal, os partidos, juntos, terão cerca de “de 120 deputados federais”.
FORO
Sergio Moro fará um corpo a corpo com deputados na Câmara para pedir apoio à criação de uma frente parlamentar pelo fim do foro privilegiado.
PROPOSTA
A proposta que acabaria com o foro privilegiado para 55 mil autoridades foi apresentada pelo senador Álvaro Dias, do Podemos do Paraná, aliado de Moro. O texto foi aprovado no Senado em 2017, mas está emperrado na Câmara desde então.
HOMOLOGAÇÃO
Bivar é presidente nacional do PSL e vai comandar também, na esfera nacional, o União Brasil, cuja homologação está na pauta do TSE da próxima terça-feira (08), às 19h.

STJ
O desembargador Stênio Neiva já está atuando em Brasília como auxiliar do ministro Humberto Martins na presidência do Superior Tribunal de Justiça. Fica na capital de segunda a sexta e passa os fins de semana com a família no Recife.
SILÊNCIO
Após encontro, Raquel Lyra (PSDB), prefeita de Caruaru, e Miguel Coelho, prefeito de Petrolina (DEM) adotam a estratégia do silêncio. Os dois prefeitos se reuniram neste sábado, no Recife, mas pouco se divulgou do encontro. Ou seja, nada definido sobre o nome da oposição pernambucana.
HERANÇA
Independentemente da escolha de Danilo Cabral como sucessor de Paulo Câmara, ou do nome que a oposição lançará ao governo, o certo é que o próximo governador de Pernambuco herdará um bom caixa, além de se aproveitar dos investimentos de R$ 5 bilhões, que devem ser feitos ainda esse ano.
DESAFIO
Por outro lado, o próximo mandatário terá que lidar com o alto índice de pobreza da região. PE é o 2º estado com maior número de famílias no Auxílio Brasil. O grande número de desempregados e a sensação de insegurança, também são fatores que precisarão ser enfrentados.

PROTESTO
Manifestantes se reuniram, neste sábado (5), no Recife, para lembrar o brutal assassinato de Moïse Kabagambe e cobrar justiça para os responsáveis pelo espancamento do congolês, de 24 anos, ocorrido em 24 de janeiro, no Rio de Janeiro.
JUSTIÇA
A concentração do protesto na capital pernambucana no bairro da Boa Vista, reuniu ativistas, integrantes da Associação de Imigrantes Senegaleses de Pernambuco e de movimentos sociais.
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