Por Ricardo Antunes – No dia em que foi definida a deputada Dani Portela (PSOL) como líder da oposição, o grupo deu provas de que será difícil coordenar os pensamentos contrários à gestão de Raquel Lyra (PSDB). Isso porque socialistas como Sileno Guedes e Waldemar Borges tentaram capitalizar em cima da indefinição dos governistas sobre as comissões permanentes da Assembleia, o que é contraproducente, na melhor das hipóteses.
A governadora ainda não criou uma base pra chamar de sua. Ao mesmo tempo, o novo estatuto da Alepe beneficiou a guinada de uma frente independente, o que obriga o governo a negociar mais com parlamentares do que com partidos. Todavia, é um cavalo de batalha de pouca utilidade a médio prazo.
Na prática, o PSB, após 16 anos no poder, resolve apostar no quanto pior melhor, como se nada que esteja acontecendo em Pernambuco dependesse mais do legado deixado pela sigla socialista. Com o tempo e a história a seu favor, Raquel segue fazendo costuras em ritmo próprio. Uma boa parte dos parlamentes, é verdade, está desacostumada com esse novo tratar, pois havia um modus operandi conhecido e que foi rejeitado nas urnas no ano passado. A nova era exige paciência, resiliência e autocontrole dos atores políticos para não arrancarem as jubas.
A conduta do PSB, tão desacostumado à oposição e com um legado de oito anos de Paulo Câmara a esconder, só beneficia o governo de Raquel. A tucana ainda vive uma lua de mel com a sociedade, fruto do resultado eleitoral de outubro, e está calculando friamente seus passos. Porém, todo amor tem seu prazo, e será importante já começar a fazer e criar as condições para suas entregas, que deverão ocorrer a partir do terceiro ano de gestão. Até lá, o ritmo estará definitivamente estabelecido, e quem tiver paciência será lembrado.
IMPOSTO
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conseguiu uma vitória pessoal ao anunciar a volta do imposto sobre os combustíveis. Após semanas de intensa pressão do PT contra o aumento, inclusive da presidente do partido, Gleisi Hoffmann, Haddad anunciou hoje a reoneração de R$ 0,47 na gasolina e de R$ 0,02 no etanol.

SACO DE PANCADA
Mesmo impopular, a medida foi vista como uma demonstração de força do ministro. A oposição chegou a usar a disputa interna para desgastá-lo, e chamá-lo de “fraco e refém da ala política do PT”. Passada a vitória, Haddad terá que se acostumar com a “virada de chave” da oposição, que, é claro, já começou a criticar o aumento.
CAIU
Milhões do Fundo Partidário voltaram a ‘pingar’ na conta do PL hoje. A sigla liderada por Valdemar Costa Neto estava sem receber valores por decisão do TSE, por ter questionado o resultado eleitoral.
TROCA
Depois que o partido pagou uma multa estipulada em R$ 22,9 milhões, o ministro Alexandre de Moraes liberou outros valores bloqueados (R$ 2,5 milhões) e ordenou a regularização da transferência do fundo.

SINCERIDADE
Uma cena inusitada chamou atenção no fim da cobertura de Vasco 4×1 Boavista, pela CazéTV. Após passar o borderô da partida para a equipe da cabine, a repórter Bruna Dealtry avisou que iria sair para ir ao banheiro. A sinceridade da jornalista arrancou risadas dos companheiros de transmissão.
PORTINHA
“O público pagante foi de 16.843 pessoas e presente de 17.537 pessoas, com renda de R$ 671.271,00. Agora eu vou me despedir e vou correndo para o banheiro. É o número 1, mas está na portinha. Preciso sair correndo daqui, gente. Tchau!”, disse Bruna, antes de ir em direção ao banheiro.
QUITAÇÃO
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), concluiu o primeiro bimestre do ano, com o pagamento de R$ 756 milhões de dívidas deixadas pela gestão do ex-governador Paulo Câmara (PSB).

”RESÍDUOS”
O montante soma 66% dos R$ 950 milhões de dívidas herdadas da gestão socialista. De acordo com a assessoria do Executivo estadual, desses R$ 626 milhões, também foram quitados R$ 130 milhões de despesas de exercícios anteriores (gastos realizados no ano passado que só foram registrados esse ano).
ESPETÁCULO
Entre os dias 9 e 12 de março, o Recife recebe a peça “A cor púrpura – o musical”. O espetáculo, baseado na obra de Alice Walker, foi adaptado pelo dramaturgo Artur Xexéo, que morreu em 2021. Ao todo, são cinco sessões no Teatro do Parque, no bairro da Boa Vista, no Centro da cidade.
SUPER PRODUÇÃO
Com cenário de mais de seis metros de diâmetro, o palco recebe 18 atores e atrizes com mais de 90 figurinos. Eles contam a história de Celie, uma negra que enfrenta uma vida de opressão nas mãos do pai e do marido, descobrindo, na amizade com outras mulheres, a sua identidade.
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