Da Folha de S.Paulo com Redação do Blog – A pedido do próprio Francisco, que havia surgido ao público de surpresa no domingo, em uma breve aparição na varanda da Basílica de São Pedro, no Vaticano, para a tradicional bênção de Páscoa, seu caixão será simples, de madeira revestido de zinco.
O caixão simples substituirá os tradicionais de cipreste, chumbo e carvalho, colocado um dentro do outro, como na morte dos papas anteriores.
Com sua morte, o Vaticano inicia uma série de procedimentos. O “Ordo Exsequiarum Romani Pontificis” (ritos funerais para um pontífice romano) contém indicações para a liturgia e as orações das cerimônias que envolvem o sepultamento. Quase 25 anos depois de sua primeira edição, uma nova versão foi publicada em novembro de 2024, após aprovação de Francisco, com a intenção de simplificar alguns processos.
Entre as mudanças, a morte do papa passou a ser constatada em sua capela privada, e não mais no quarto do pontífice. É considerado um mito o suposto gesto do camerlengo de bater gentilmente com um martelo de prata sobre a testa do papa, para atestar a morte.

A pedido de Francisco, foram eliminados os três tradicionais caixões de cipreste, chumbo e carvalho (um era colocado dentro do outro) por apenas um, simples, de madeira revestido de zinco.
Já a Constituição “Universi Dominici Gregis” (todo o rebanho do Senhor), publicada em 1996 por João Paulo 2o(1920-2005), reúne, em mais de 90 artigos, as regras de como proceder desde quando o posto do papa fica vago até a posse do substituto. Em 2013, Bento 16 (1927-2022) publicou uma carta com uma dúzia de mudanças pouco antes de renunciar ao cargo.
O governo e as funções de Estado do Vaticano passam a ser exercidos pelo Colégio de Cardeais, sob o comando do cardeal carmelengo, nomeado pelo Papa, atualmente Kevin Joseph Farrel.
Ele é auxiliado por três assistentes, sorteados entre os eleitores (com menos de 80 anos) e substituídos a cada três dias. O cardeal carmelengo estabelece o dia do início das reuniões preparatórias dos cardeais para a eleição do novo Papa. As reuniões, no Palácio Apostólico do Vaticano, passam a ser diárias, mesmo durante o funeral.
Cabe aos cardeais definir os detalhes das cerimônias fúnebres, que devem durar nove dias seguidos. O sepultamento deve ocorrer entre o 4º e o 6º dia após a morte. Os cardeais definem também quando começa a votação para eleger o sucessor de Francisco.









