Por Leo Branco e Guilherme Caetano do O Globo
SÃO PAULO — A 23ª Parada LGBT de São Paulo começou oficialmente às 12h deste domingo com discursos de celebridades e ativistas da causa. Em uma Avenida Paulista tomada pela multidão, o público entoou gritos contra o presidente Jair Bolsonaro e a favor do Supremo Tribunal Federal (STF) que recentemente tornou crime o ato de homofobia .
A abertura da Parada teve discurso da apresentadora Fernanda Lima, do programa Amor & Sexo (Tv Globo), madrinha do evento. A apresentadora enalteceu a comunidade LGBT pela luta de seus direitos.
— Essa luta não tem fim. É uma luta por amor e empatia. Vocês merecem ter toda visibilidade do mundo — disse.
Na sequência, o ativista Toni Reis fez um discurso homenageando o Supremo Tribunal Federal pelo julgamento que criminalizou a homofobia, no início do mês.
— Precisamos enfrentar fascismo. Não admitimos bullying nas escolas. Beijem muito e agora com autorização do STF — disse.
A cerimônia teve ainda discurso de Thammy Miranda, filho da cantora Gretchen que recentemente passou pelo processo de mudança de gênero, e terminou com o canto do hino nacional na voz da cantora drag queen Tchaka.
Ao longo da avenida Paulista, é possível presenciar faixas de pedestres pintadas nas cores do arco-íris, símbolo tradicional da luta LGBT.
O tema ” 50 anos de Stonewall”, a 23ª edição do evento terá 19 trios elétricos e público esperado de 3 milhões de pessoas. O mote desse ano relembra o episódio de repressão policial num bar de Nova York que se tornou um marco para o ativismo da comunidade LGBT em todo o mundo.
Para a organização do evento, esse tema “caiu como uma luva” diante do governo de Jair Bolsonaro, que já chegou a se intitular homofóbico e que o Brasil não poderia ser um destino para o “turismo gay”. Segundo a prefeitura de São Paulo, no ano passado o impacto econômico do ato foi de R$ 288 milhões.
— Muitas das gerações mais novas do movimento LGBT ficaram um pouco apavoradas (com a eleição de Bolsonaro), mas a gente sempre enfrentou repressão — declarou Cláudia Garcia, presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT, organizadora do evento — Agora tem um agravante, que é o governo, mas é assim que a luta continua. É o resgate da história, para as pessoas aprenderem como o movimento começou, como continua e o que fazer de agora em diante.
Ao longo da Avenida Paulista, 19 trios elétricos, um a mais do que em 2018, vão agitar os manifestantes com shows de artistas como Gloria Groove, Luisa Sonza, MC Pocahontas, Aretuza Love, Lexa e outros. O evento também conta com uma atração internacional, a ex-Spice Girls Mel C.







