Da Redação do Blog – O pediatra Fernando Cunha Lima, de 81 anos, preso pela polícia paraibana nesta sexta-feira (7) num flat na praia do Janga, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, cometeu abuso sexual até contra uma sobrinha, Gabriella Cunha Lima, hoje com 42 anos.
Gabriella é uma das testemunhas de acusação nos processos abertos contra o médico. Em entrevista recente à TV Cabo Branco, informa o site G1PB, contou ter sido vítima de abuso sexual pelo tio em 1991, quando tinha 9 anos de idade. Na época, não houve denúncia formal, mas ela afirma que o fato ocasionou um rompimento familiar.
O “rompimento familiar” a que se refere Gabriella incluiu até ameaça de morte contra o pediatra, revelaram fontes ao Blog. Segundo estas fontes, o pai de Gabriella, Artur Cunha Lima, irmão do médico e ex-presidente do Tribunal de Contas da Paraíba, enfureceu-se a tal ponto que quis matá-lo. O caso não veio à tona e não houve denúncia formal na época porque os Cunha Lima são um dos clãs proeminentes na política paraibana.
O patriarca do clã, Ronaldo Cunha Lima, foi prefeito de Campina Grande, senador e governador da Paraíba. Estava no governo quando em 1993 tentou matar a tiros seu antecessor, Tarcísio Burity, que, alvejado no rosto, sobreviveu ao atentado, num restaurante em João Pessoa. Seu filho, Cássio, herdeiro político, foi prefeito de Campina Grande por três vezes e governador por dois mandatos. O atual prefeito de Campina Grande, Bruno, é também um Cunha Lima, sobrinho-neto do patriarca Ronaldo.

O pediatra Fernando Cunha Lima foi alvo de dois mandados de prisão, tendo escapado do primeiro com uma fuga em novembro último, mas não do segundo, decretado pelo Tribunal de Justiça da Paraíba e cumprido nesta sexta-feira na praia do Janga. Era famoso e requisitado em João Pessoa, onde tinha uma clínica, no bairro de Tambauzinho.
Informa o G1PB que, suspenso temporariamente do exercício da profissão pelo Conselho Federal de Medicina, responde judicialmente por estupro contra seis crianças, em dois processos –num primeiro processo, são quatro vítimas, e no segundo, há mais duas.